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O DOMÍNIO DO CABO

por falcao, em 06.05.16

Ao fim de dois meses de medições de audiências diferidas – que indicam quem viu os programas em sistemas de gravação digital das boxes dos operadores – é possível ver que é no conjunto dos canais de cabo que elas têm maior repercussão. Assim, e se tomarmos o exemplo da semana passada, a diferença entre o share de  audiências em tempo real e diferidas no conjunto de canais de cabo é de 3,6, na TVI é de 2,1, na SIC é de 1,6,  na RTP1 é de 1,1 e na RTP2 é de 0,1. É esta diferença significativa no universo do pay TV que faz com que nas últimas semanas o conjunto de canais de cabo esteja acima dos 40% de share – de facto na semana passada registou 41,1% , sendo que os canais que obtiveram melhor resultado foram, por esta ordem, a CMTV (que consolidou a sua posição como quarto canal mais visto), a SIC Notícias, a TVI24 e depois o Hollywood. A RTP3 continua a registar números muito fracos – não aparece no TOP 20 dos mais vistos e apenas na região de Lisboa tem alguma visibilidade – e mesmo assim apenas com 1% de share de audiência. Em termos de melhores programas de cada canal a TVI continua com “A Única Mulher”, a SIC estreou o top o programa “E Se Fosse Consigo”, o programa de Conceição Lino que apela à capacidade de intervenção das pessoas na defesa do outros,  e a RTP teve como programa mais visto a transmissão de um jogo da Liga dos Campeões, entre o Manchester e o Real Madrid.

 (Publicado na revista Sexta TV&Lazer do CM de 6 de Maio)

 

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publicado às 12:00

AUDIÊNCIAS -  Um dia se fará a história deste processo, a história de como se aumentou artificialmente o consumo de televisão, de como se aumentou o número de resultados indefinidos e se criaram distorções no mercado, como se fomentou a ruptura, como se pôs em causa a auto-regulação. Esta semana a RTP e a TVI deixaram a CAEM, a entidade que superintende na medição de audiências. Na origem estão todos os problemas com a audimetria da GFK. Vale a pena não esquecer quem desenhou e impulsionou o actual e polémico modelo, na altura em que o concurso para a nova audimetria foi lançado. Vale a pena não apagar a memória do que foi este processo, do papel desempenhado por cada protagonista, das divisões que provocou, dos erros causados e, eventualmente, dos prejuízos provocados. Teria sido possível encontrar equilíbrios entre a GFK e a Marktest e teria sido possível evitar a saída da RTP e TVI se tivesse havido mais bom senso. Para memória futura vejamos as diferenças verificadas na medição de audiências de televisão no primeiro trimestre deste ano. No painel da CAEM/GFK, a RTP1 obteve 12% de share, a RTP2 teve2,7, a SIC atingiu 23,2 e a TVI 25,7, enquanto o conjunto dos canais de cabo alcançou 24,9% e o conjunto de “outros” não identificados teve 11,5%. Mas no painel da Marktest/Kantar os números são um pouco diferentes: 16,6% para a RTP1, 2,2% para a RTP2, 23% para a SIC e 27,5% para a TVI, enquanto o cabo ficou nos 25% e os “outros” não identificados em apenas 5,8%. Como se vê persistem as diferenças, com sobrevalorização na CAEM/GFK dos não identificados, e diferenças, para menos,  na RTP1 (4,6%) e TVI (2,5%). Esta semana foi eleita nova direcção para a CAEM, espera-se que seja capaz de voltar a colocar o processo nos carris. E que volte a imperar o bom senso e se corrijam as anormalidades técnicas que persistem em existir.


SEMANADA - Passos Coelho anuncia várias novas medidas; Paulo Portas convoca imprensa para comunicação; Passos Coelho diz que Portas participou ativamente na elaboração das medidas; Paulo Portas vem dizer que foi e será sempre contra uma das medidas anunciadas; na sua crónica na SIC Marques Mendes afirmou saber que vai ser convocado a curto prazo o Conselho de Estado; Aguiar Branco, Ministro da Defesa, disse que o Governo está coeso e que o CDS está tranquilo; Fernando Seara disse que Paulo Portas assumiu uma posição muito respeitada em defesa dos pensionistas; o Ministro Poiares Maduro disse, na sua primeira entrevista, não ver na taxa suplementar sobre os pensionistas, divergência entre Passos Coelho e Paulo Portas; Pedro Passos Coelho disse à UGT que afinal não haverá nova taxa sobre os pensionistas; o novo secretário de Estado do Desporto decidiu, dez dias depois de tomar posse, conceder benefícios fiscais a quem der donativos ao clube de que é sócio, o Vitória de Guimarães;


ARCO DA VELHA - Angela Merkel confessou, numa entrevista, que tem “certas capacidades de camelo” que lhe fazem aumentar a resistência, disse-se atraída por homens “de olhos bonitos” e admitiu que um dos seus desejos secretos é cortar lenha.

VER - Muita actividade na Gulbenkian, justifica-se passar lá algum tempo. Para além da exposição documental sobre a vida e a obra da escritora Clarice Lispector, “A Hora da Estrela”, destaque para a mostra de cerca de duas centenas de desenhos que integram “A Obra Perdida de Emmerico Nunes”, um desenhador e ilustrador português que publicou quase toda a sua obra em revistas alemãs, nas décadas de 10 e 20 do século passado - com um traço fino, de humor e de observação. Além disso, o Centro de Arte Moderna apresenta  “Gálapagos”, o resultado de uma residência artística ali realizada, patrocinada pela Fundação em parecria com a Fundação Charles Darwin e o Museu de História Natural de Londres. E finalmente vale a pena ver “360º - Ciência Descoberta”,   uma exposição sobre a ciência ibérica na época dos descobrimentos, que apresenta os desenvolvimentos científicos e técnicos associados às grandes viagens oceânicas de Portugueses e Espanhóis nos séculos XV e XVI, e o impacto que causaram na ciência europeia. Por fim, se quiser petiscar tem ali ao lado a Cafetaria do Centro de Arte Moderna, que está com uma nova dinâmica - que se nota aliás no Facebook.


OUVIR- “O Grande Medo do Pequeno Mundo” é o terceiro álbum de Samuel Úria e começa logo assim: “Duplas Falsas Partidas/São motins contra quem/ Usa pólvora seca/ Para fazer-nos correr”. Úria é dos casos mais interessantes, surgidos nos últimos anos, a escrever canções em português e as suas letras são um exemplo do que a nossa língua permite fazer - falando de temas actuais, de estados de espírito, com ritmo, com sonoridade. Às vezes conta histórias, noutras deixa recados. A sua voz molda-se bem com as palavras e o seu caminho musical vai ficando mais coerente com a forma de cantar as palavras que usa. Confesso que gostava de ouvir outros cantores interpretarem algumas destas canções e também gostava de ouvir Úria, por exemplo, a cantar versões de alguns temas de Sérgio Godinho. Uma coisa é certa: não há, fora do fado,muita gente a percorrer, com esta qualidade e consistência, os caminhos das novas canções cantadas em português. Podia ser melhor, é imperfeito q.b. Mas isso abre a possibilidade de um dia destes conseguir dar o salto. Falta-lhe método e produção - o que, esclareça-se, não deve querer dizer complicação e sim contenção e força.


FOLHEAR - A Madeira foi das primeiras regiões do país onde a fotografia se desenvolveu, praticamente desde a sua descoberta, na primeira metade do século XIX - e isto pela mão fundamentalmente de dois estúdios: Vicentes Photographos e Perestrellos Photographos, a que rapidamente se adicionaram João Francisco Camacho, Augusto Maria Camacho , Augusto César dos Santos e Joaquim Augusto de Sousa. O mais notável é a qualidade do trabalho - estético e técnico - da maioria do trabalho destes fotógrafos madeirenses. Em 1982, nasce “A Photographia- Museu Vicentes”, na casa onde estava instalado o estúdio do mesmo nome. Hoje em dia estão lá depositados e conservados cerca de 800 mil negativos que são um testemunho da vida do arquipélado durante mais de uma centena de anos, desde meados do século XIX. Por iniciativa da delegação regional da Madeira da Ordem dos Economistas foi editado um livro intitulado “As Origens do Turismo Madeirense- Quintas e Hotéis do acervo da Photographia Museu Vicentes”. É um álbum fascinante e ao longo das suas 180 páginas vemos a evolução da ilha, a transformação da sua paisagem, os grandes marcos do tursimo madeirense, desde as quintas de aluguer onde se hospedavam os primeiros visitantes até ao campo de golfe do Santo da Serra e respectiva Casa de Chá, passando, claro pelo histórico Hotel Reid’s e os outros grandes hotéis madeirenses construídos na primeira metade do século XX. A obra, já nas livrarias, mostra imagens registadas entre cerca  1870 e o final dos anos 50 do século passado.


PROVAR - Gosto de bons pequenos almoços, tomados com calma e de preferência em casa. Aos fins de semana permito-me uma pequena indulgência: torradas em bom pão, obviamente com manteiga. O pão alentejano, de Beja, da padaria “Fermentopão”, que se encontra com alguma facilidade nos supermercados lisboetas é a minha primeira escolha. Mas quando não o encontro há uma boa alternativa , da península de Setúbal, perto de Palmela, que é o pão da Lagoinha, e que também se encontra, igualmente fresco, em alguns supermercados. Para a coisa ficar completa prefiro manteiga dos Açores e as minhas duas escolhas vão para a manteiga Nova Açores, que tem boa distribuição em supermercados, e na mais artesanal (e mais aborosa)  Manteiga Uniflores (produzida pelas Cooperativa Ocidental na da Ilha das Flores) e que se pode encontras na Mercearia Criativa, da Avenida Guerra Junqueiro em Lisboa. E assim se começa bem o dia.


DIXIT - Pedro Passos Coelho e Paulo Portas fizeram “dois discursos de Primeiro Ministro sobre a mesma matéria,mas o do líder do CDS é bem melhor” - Marcelo Rebelo de Sousa.


GOSTO - Da análise feita no livro “Pecado Original” em que Santana Lopes aborda o funcionamento da Presidência da República no nossos sistema político.

NÃO GOSTO - Emigração portuguesa para a Alemanha aumentou 43% no último ano.

BACK TO BASICS - A Democracia é aquilo que permite que sejamos governados à medida daquilo que merecemos - George Bernard Shaw

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