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PARTIDOS OU PESSOAS?

por falcao, em 06.01.17

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CIDADES - A edição de fim de ano da revista Time publicou um muito interessante artigo de Michael Bloomberg, ex-Mayor de Nova Iorque (onde deixou uma obra notável), sobre a importância das cidades. Ressalvando que existem diferenças óbvias entre os Estados Unidos e este nosso burgo, aqui deixo algumas ideias, tiradas do artigo, que me parecem boas pistas. Para Bloomberg a guerra entre partidos no poder central mata e polui as boas ideias e um debate honesto, que possa criar confiança entre representantes de várias organizações políticas - coisa se consegue alcançar com frequência a nível local. Segundo Bloomberg, em muitas cidades, autarcas empenhados em resolver problemas estão a ensaiar novas políticas, muitas vezes em parceria com empresas e com os cidadãos, em áreas como a educação, transportes e saúde, adiantando-se ao Estado central. “Quando as boas ideias funcionam numa cidade, elas espalham-se a nível regional” - sublinha.  A nível do governo das cidades há mais preocupação com questões ambientais ou com questões como a atracção de novos negócios, a dinamização da economia ou a construção de infraestruturas modernas. Sobretudo as cidades que progridem estão empenhadas na criação de comunidades que consigam captar habitantes, negócios e que sejam bons sítios para viver e trabalhar. “Para saber para onde vai o país não se guiem pela política nacional, envolvam-se a nível local, que é onde a acção verdadeiramente está” - diz Bloomberg. Lembrei-me disto e percebi como são tão grandes as diferenças entre os países: aqui, nas próximas autárquicas, o campeonato é para ver qual será o partido com maior número de Câmaras. A qualidade de vida das pessoas nem faz parte das preocupações, com raras excepções, entre as quais destaco Rui Moreira, no Porto, não por acaso um independente.

 

SEMANADA - António Domingues enviou um SMS a Mário Centeno lamentando o comportamento do Ministério das Finanças sobre o caso da CGD; Francisco Louçã pediu a nacionalização do Novo Banco; numa entrevista o Ministro das Finanças não excluíu a possibilidade de nacionalizar o Novo Banco; o PCP inicia campanha pela saída do Euro em Março; em 2016 as falências atingiram 30 pessoas por dia; na mensagem de Ano Novo o Presidente da República pediu ao primeiro Ministro mais estratégia e menos táctica; esta intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa foi a terceira mensagem presidencial menos vista desde 2006, com apenas 637,9 mil espectadores; em 2016 morreram 68 pessoas em acidentes envolvendo tractores; em 2016 mais de 500 militares da GNR percorreram 43.300 kms para entregar 285 orgãos utilizados em transplantes nos hospitais portugueses; Portugal é o quarto país com mais elevada taxa de doação de orgãos para transplante; em Portugal no ano passado nasceram mais sete bebés por dia que no ano anterior; doze universidades privadas encerraram nos últimos três anos; os resultados do estudo Bareme Internet indicam que quase dois milhões de portugueses preferem pesquisar online produtos que acabaram por comprar numa loja física; na votação promovida pela Porto Editora para  palavra do ano a vencedora foi “geringonça”.

 

ARCO DA VELHA - Maria Leal foi a figura mais pesquisada no Google em Portugal e o seu teledisco “Dialetos de Ternura” foi um dos mais vistos do ano no YouTube. Tino de Rans foi o segundo político mais pesquisado, logo atrás de Marcelo Rebelo de Sousa.

 

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FOLHEAR - De há uns tempos a esta parte a National Geographic faz umas edições especiais, temáticas, que permitem obter uma série de informação, bem organizada, sobre temas às vezes inesperados. É o caso de uma das mais recentes, que tem por título “Matemáticos, Espiões e Piratas Informáticos” - um cocktail verdadeiramente explosivo. Com o rigor que é marca da National Geographic, ao longo de 144 páginas, desvendam-se histórias e segredos deste mundo fascinante. Destaque para os capítulos “A criptografia desde a Antiguidade até ao século XX”, “Máquinas de codificação” e “Um Futuro Quântico”. Vale a pena destacar o cuidado na edição de imagens - que recupera as tábuas de terracota da Baixa Mesopotâmia, tidas como o primeiro vestígio de expressão escrita e do uso de criptografia, ou ainda uma máquina de cifrar mensagens da altura da segunda grande guerra. E depois há curiosidades: o código de barras, tão vulgarizado, não é mais que um sistema de encriptação composto  de 13 dígitos e 30 barras negras. Esta edição especial da revista conta histórias tão divertidas como o código para senhoras do Kama Sutra ou a cifra de César, usada pelo grande Imperador romano. E, claro, mostra e explica a surpreendente máquina Enigma, criada em 1923 por um alemão e que foi utilizada durante a segunda grande guerra para todas as comunicações militares. Fascinante.

 

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VER - George Eastman fundou a Kodak em 1888. A primeira fotografia havia sido feita em 1826 em França por Niépce e depois Daguerre evoluíu o processo até apresentar o daguerreótipo em 1839. Em 1888, nos Estados Unidos, em Rochester, George Eastman apresentava a Kodak, uma câmara fotográfica que incluía uma película que podia registar até 100 imagens e que, depois, era enviada para os laboratórios da firma para serem reveladas e impressas e devolvida carregada com novo rolo. Foi aí que a fotografia deixou de ser uma coisa quase de alquimista e passou a ser algo ao alcance de qualquer pessoa. Durante um século o nome Kodak foi sinónimo de fotografia, mas acabou por perder significado na era digital. Fabricou película, câmaras fotográficas e máquinas de filmar. As imagens mais icónicas do século XX foram, na maioria, registadas em  película fabricada pela Kodak e ao longo da sua vida George Eastman coleccionou centenas de milhar de fotografias, incluindo o arquivo de nomes como Daguerre, Lewis Hine, Edward Steichen ou Muybridge, entre muitos outros. Além de imagens o Eastman Museum, em Rochester, incorpora milhares de publicações e aparelhos. Há poucos dias a Kodak anunciou que uma enorme parte deste espólio estava disponível on line, prometendo que progressivamente serão adicionados novas peças a este museu digital, que pode ser visitado  em www.eastman.org/collections-online. Para já pode ver fotografias, máquinas e tecnologia e o legado pessoal de George Eastman e brevemente será possível também aceder a filmes da colecção.

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OUVIR - “A Íntima Fracção” foi originalmente um programa de rádio, criado em 1984 por Francisco Amaral na Antena 1. Depois esteve na TSF. com emissões diárias e semanais até 2003. A partir daí a sua vida tem sido essencialmente digital - em 2008 foi pioneiro dos podcast portugueses, através do site do semanário Expresso. Teve várias vidas, muitos prémios e continua a ser um dos podcasts mais procurados - é fácil encontrar por pesquisa no Google. Pensado como um programa de autor, é um marco na história da rádio, graças a uma selecção musical cuidada, coerente e dinâmica. Agora, sempre pelas mãos do seu autor,  Francisco Amaral, está no Spotify uma playlist da Íntima Fracção, com 44 canções e três horas de música de uma escolha absolutamente irrepreensível. Ali estão nomes como Brian Eno, Harold Budd, Holger Czukay, David Sylvian, Laurie Anderson, Cocteau Twins, Ryuichi Sakamoto, Durutti Column, Nick Cave. Mazzy Star, Eels, The Passions, mas também Nancy Sinatra, Charles Trenet, Elvis Presley ou Stacey Kent, entre outros. Além do Spotify, pode encontrar mais listas em http://intima.blogspot.pt/, onde Francisco Amaral vai continuando o seu trabalho de paixão pela música e onde a Íntima Fracção continua a viver 32 anos depois desta aventura ter começado.

 

PROVAR -  Estas linhas só serão úteis a quem gostar de comida indiana. Comecemos pela geografia: A costa do Malabar fica no litoral do sudoeste da Índia e é considerada a região mais húmida do sul do país. Aqui em Portugal, em Lisboa, Costa do Malabar é o nome de um restaurante junto à Alameda Afonso Henriques, do lado da Fonte Luminosa. Aquela zona, nomeadamente as transversais que vão dar à praça onde fica o Mercado de Arroios, as ruas Carlos Mardel e Rosa Damasceno, é hoje em dia uma espécie de sociedade das nações em termos gastronómicos. Ali se encontram exemplos da cozinha do Nepal, da Mongólia, de diversas regiões da China e da Índia e ainda bares de algumas geografias de leste. O Costa do Malabar fica na Rua Rosa Damasceno e é um bom exemplo do novo mundo que se pode descobrir em Lisboa. Numa recente incursão vieram para a mesa biriyani de borrego, biriyani de vegetais, madrasi de galinha e caril de camarão. O biriyani é o prato mais representativo da gastronomia da costa do Malabar, rico em especiarias e frutos secos, sem ser muito picante - e quer o de borrego quer o de vegetais revelaram-se boas surpresas e foram a melhor escolha da mesa. O serviço é simpático, a sala é agradável e bem colorida a evocar as cores da Índia. As doses são grandes, dois biriyani chegam bem para quatro pessoas - juntem-lhes bahjis de cebola (muito bons) e chamuças (de carne ou vegetais) e de certeza que ficam bem servidos. Na mesa ao lado era elogiado um caril de lentilhas e espinafre vermelho. Vinhos portugueses regulares a bom preço, classificação 3,9 em 5 no Zomato. Rua Rosa Damasceno 6A, telefone 210 932 433 ou 914 358 835.

 

DIXIT -  “O sistema de justiça continua lento e, por isso, pouco justo, a começar na garantia da transparência da política “ - Marcelo Rebelo de Sousa.

 

GOSTO - Da nova série “Sim,Chef”, uma bem conseguida adaptação de “The Kitchen” com humor e um notável trabalho de actores, com destaque para Miguel Guilherme. Às quartas na RTP1.

 

NÃO GOSTO - Da nova série “Ministério do Tempo”, fraca direcção de actores, diálogos forçados que acompanham mal uma viagem à História de Portugal. Às segundas na RTP1.

 

BACK TO BASICS - Não removas a mosca da testa do teu amigo com um machado - Provérbio chinês.

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publicado às 13:15

CIDADES  - Infelizmente não vejo nenhum candidato a Lisboa dizer que defende uma cidade mais confortável e amigável para os que cá vivem e cá pagam impostos. Nestas autárquicas, or esse país fora, vejo muitas proclamações generalistas mas poucas propostas concretas. A propósito, em boa hora chegou-me às mãos um belíssimo trabalho da consultora McKinsey, na sua newsletter mensal,  de Setembro, que tem por tema “How To Make Cities Great”. Com a devida vénia reproduzo de seguida algumas ideias que retive deste estudo da McKinsey, que devia ser leitura obrigatória para os candidatos autárquicos sérios - eu sei, a expressão é quase um paradoxo nos tempos que correm. Pois bem, actualmente metade dos habitantes mundiais, 3.6 mil milhões de pessoas, vive em cidades e, em 2030, esse número deve atingir os 5 mil milhões - as cidades vão crescer ainda mais e serão o principal factor de crescimento económico e de produtividade - e, também, o maior território de consumo. Por isso são encaradas como o palco do desenvolvimento e da transformação dos paises. Na governação de uma cidade, sublinha o estudo, há três mandamentos: conseguir um crescimento inteligente, fazer mais com menos, e conseguir ganhar o apoio da população, e dos funcionários da cidade,  para a mudança. Este programa ambicioso implica mais oportunidades para todos, melhor aproveitamento da tecnologia, um pensamento ambiental permanente, a procura ativa e produtiva de consensos com habitantes e com os negócios locais e uma cultura de responsabilidade nas equipas que dirigem as cidades. Claro que é preciso identificar clusters competitivos, criar centros de inovação, acolher universidades de ponta, ter bons transportes, garantir a segurança e facilidade na mobilidade. Mas é também preciso fazer uma formação intensiva nos funcionários dos municípios, estudar os melhores exemplos de como outras cidades atraíram investimentos. No fundo - e esta parte é tão desprezada entre nós -  é fundamental perceber que as cidades têm que fornecer serviços aos seus clientes. E os clientes das cidades são as empresas que as escolhem e as pessoas que lá vivem. Isto implica não ser precipitado, ter objectivos de longo prazo, ter noção das necessidades de pessoas e empresas, assumir procupações ambientais de forma realista, o que quer dizer  diminuir as emissões de carbono e, portanto, ter cuidado com a congestão de tráfego, ter consciência da realidade da vida das pessoas e não operar por decreto de cima para baixo. Tudo se resume a criar condições para que as pessoas vivam dentro da cidade,  preocupar-se mais com a rede interna de trasnportes e a circulação interna do que com o acesso de quem vem de fora.  Tudo isto pode parecer utópico - mas a McKinsey explica como as cidades que melhor prosperaram passaram por este caminho.


SEMANADA - Um estudo do Banco de Portugal indica que uma em cada cinco empresas gostaria de cortar salários; o sector da construção perde 198 empregos por dia; o preço médio das casas em Espanha caíu 38,6% desde 2007; em Espanha as dívidas das seis maiores empresas construtoras ultrapassam os 40 mil milhões de euros; o crédito malparado em Portugal atingiu o valor de 17 mil milhões de euros no final de Julho, um valor recorde; 66 cursos do ensino superior não tiveram nenhum candidato na primeira fase das inscrições e outros 48 cursos registaram apenas uma inscrição; no primeiro semestre deste ano as vendas de smartphones em Portugal ultrapassaram pela primeira vez as de telemóveis tradicionais; em Portugal as vendas de antidepressivos e ansiolíticos continuam a aumentar; estimativas apontam para a existência nos cadernos eleitorais de um milhão de eleitores fantasmas. já falecidos ou emigrados, num total de 9,4 milhões; o património imobiliário dos partidos políticos soma mais de 20 milhões de euros com o PCP a liderar com 13 milhões, seguido do PS com 7,7 e do PSD com 6 milhões - e nenhum paga IMI; aos 21 anos cerca de 18% dos jovens já agrediram namorado, 64% já se embriagaram e 34% já tiveram um acidente; o PS conseguiu dizer, primeiro que o Bloco de Esquerda, que votará contra o Orçamento, antes mesmo de o conhecer; slogans da semana: “Cabeçudo, por ti, tudo!” e “ser tripeiro é um mundo”.


ARCO DA VELHA - Estou para ver se os comentadores televisivos que se candidatam nas próximas eleições autárquicas vão permanecer em ecrã durante a campanha e que diz a sapiente Comissão Nacional de Eleições sobre o assunto.


VER - Esta é uma semana abundante em recomendações. Em Lisboa abre a Trienal de Arquitectura - no MUDE, na Rua Augusta, e no Carpe Diem, na Rua do Século, há espaços que vale a pena visitar. Por falar em arquitectura, no CCB, no espaço Garagem Sul, abriu uma imperdível exposição do arquitecto japonês Sou Fujimoto,  “Futurospective Arquitecture”, concebida pelo próprio. Outras ideias: na Fundação EDP, Museu da Electricidade,  inaugurou “Stop Making Sense”, uma exposição da artista plástica Mariana Gomes. Ainda em Lisboa decorrem hoje, sexta, e amanhã, sábado, as Noites de São Bento, um bom pretexto para visitar na  Galeria São Roque a “Exaltação da Sombra” de Lourdes Castro. E finalmente, na Fundação D. Luis I, no Centro Cultural de Cascais, inaugurou uma exposição com curadoria de Luis Serpa,  “Manta, Retratos de Família”, que agrupa obras de Abel Manta, da sua mulher Clementina Carneiro de Moura Manta, do seu filho João Abel Manta,  e da sua neta Isabel Manta. E, para terminar com fotografia, A Pequena Galeria, na 24 de Julho,  retoma o Salão Lisboa a partir de dia 19. Não há falta de boas coisas para ver. E ver, como dizia o outro, é meio caminho andado para aprender.


OUVIR- Nestes tempos Madonna parece como que apenas uma discreta virgem, quando comparada com as travessuras de replicantes como Miley Cirus. E no entanto, como vem provando desde os anos 80, é bem mais consistente que os sucedâneos entretanto surgidos. A sua digressão de 2012, “MDNA World Tour” teve 88 concertos e as receitas de bilheteira ultrapassaram os 300 milhões de dolares em todo o mundo - tornando esta a digressão que mais receita produziu no ano passado. A concepção do espectáculo, bem diferente de digressões anteriores da artista, foi descrita por Madonna como “a viagem espiritual da escuridão para a luz” e incluía três partes - a profecia, o masculino/feminino em que se reproduzia um ambiente de cabaret e eram interpretadas algumas das canções mais marcantes da sua carreira, e a redenção, cenografada como uma grande festa. A digressão foi cuidadosamente gravada e filmada - o resultado é um duplo CD e um DVD, já disponíveis em Portugal. A edição de imagem, algum material de bastidores, a montagem, tornam o DVD uma peça bem diferente do simple registo de um concerto. Desde os pormenores das coreografias aos cenários, passando pela actuação da cantora, o DVD do MDNA Tour é uma peça que testemunha a criatividade e o talento de Madonna e a forma como ela concebe o espectáculo. (CD e DVD Interscope/Universal).





FOLHEAR - A edição de Setembro da “Monocle” tem por tema o empreendedorismo e está recheada de exemplos de uma nova geração que procura negócios fora do comum ou que se dedica a recuperar velhas tradições e a torná-las rentáveis. Sob o lema “Do Your Own Thing”, a revista guia os leitores, através de exemplos, no processo de como escolher e iniciar o negócio, como gerir de forma moderna e eficiente e, finalmente, como conseguir negociar e estabelecer parcerias que ajudem a empresa a crescer. Tudo é acompanhado do relato de numerosos casos de sucesso um pouco por todo o mundo. Há outros temas de interesse, desde a renovação urbana como factor de desenvolvimento de negócios locais até à forma como as universidades de Vancouver, Aarhus na Dinamarca ou Tóquio estão a mudar o conceito e a forma dos seus MBAs, para melhorar prepararem os seus alunos - e o exemplo de Aarhus  é particularmente interessante e bem que podia ser seguido por algumas escolas portuguesas.


PROVAR - Uma das cervejarias emblemáticas da Avenida de Roma nos anos 70 e 80, “O Pote”, é agora um restaurante familiar e sossegado, bem longe das noites animadas que durante anos acolheu. Ao longo do seu meio século de história, acolheu tertúlias e a sua esplanada era ponto de encontro garantido. Aberto todos os dias, O Pote tem uma cozinha que não engana, baseada em valores seguros da culinária portuguesa - o destaque vai para o arroz de polvo, a carne de porco frita com açorda e, por exemplo, o clássico pica-pau do lombo. Os preços são justos, as doses generosas e o serviço é familiar e acolhedor. Está aberto todos os dias, mesmo no Domingo ao jantar, o que vai sendo raridade, e-dispõe de uma sala para fumadores. Fica no nº7 da Avenida João XXI e o telefone é o 218486397. Para mais informações ver opoterestaurante.com .


DIXIT - “Portugal é um país congelado - com o Governo e o PS a lutarem pelo papel do capitão Iglo” - Fernando Sobral, aqui no “Negócios”.


GOSTO - Da nova estratégia de produtos da Apple


NÃO GOSTO - Da posição da ERC sobre a cobertura das eleições, que contraria a liberdade editorial


BACK TO BASICS - A imaginação é mais importante que o conhecimento - Albert Einstein


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publicado às 15:27

...

por falcao, em 01.02.08
AS NOSSAS CIDADES
(publicado no diário «Meia Hora» de quarta feira dia 30 de Janeiro)

Uma das coisas que permanentemente me preocupa é a volatilidade das estratégias das nossas cidades. As coisas aparecem feitas um pouco por acaso, sem planos continuados, sem método, sobretudo sem grande estudo. As cidades portuguesas cresceram muito nas últimas décadas mas paradoxalmente desertificaram-se no seu centro. A grande culpada disto, já se sabe, é a Lei das Rendas – que apesar das tímidas reformas continua a fomentar a compra de casa, a justificar a construção nas periferias, a criação de cidades dormitório.

O caso de Lisboa é particularmente preocupante, porque a cidade está cada vez mais a perder habitantes e claramente está a ficar envelhecida. Reconheço que nesta semana se deu um passo importantíssimo para Lisboa – a devolução da zona ribeirinha à cidade, e à sua autarquia. De uma forma ou de outra, a partir de agora, terá que se pensar neste assunto, na forma de refazer Lisboa a partir do rio, na forma de conseguir projectar o futuro.

Como estas coisas se fazem a partir de bons exemplos e de bons estudos, sugiro que percam algum tempo neste endereço: http://www.nycfuture.org . Trata-se do site do «Center For A Urban Future», de Nova Iorque. Esta organização apresenta-se como um think tank que produz relatórios aprofundados sobre temas críticos que preocupam a cidade e apresenta propostas políticas concretas para resolver alguns problemas.

A existência de organizações deste tipo é relativamente comum nos países onde a sociedade civil é activa – os poderes aliás tendem a apoiar este género de iniciativas, a manter um bom diálogo e a aproveitar muitas das suas sugestões.

Uma visita ao site do «Center For A Urban Future» permite ler estudos sobre temas que vão do ensino da língua inglesa a emigrantes, até ao ressuirgir das feiras de rua em Nova Iorque, passando por políticas de cultura, de emprego, de animação. E, lá também poderão ler a transcrição do debate «Creative New York», uma peça que os nossos queridos autarcas de todo o país – a começar por Lisboa e Porto – bem poderiam estudar.

Uma cidade que perde a criatividade e não a estimula acaba por perder todo o atractivo. Parece evidente mas basta olhar à nossa volta para ver o triste estado da Nação nesta matéria.

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publicado às 22:45


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