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(Publicado hoje no diário Metro)
O semanário «Expresso» noticiava esta semana que Lisboa é a cidade europeia onde é mais caro estacionar um automóvel nos parquímetros de rua. Ou seja, é mais caro que Londres, Madrid, Milão ou Amesterdão. Os automobilistas lisboetas, que vivem na cidade, pagam os seus impostos na cidade e trabalham na cidade, são penalizados e perseguidos.
A EMEL, uma entidade que a Câmara Municipal de Lisboa devia ter a coragem de extinguir, gaba-se de ir ter lucros record, à custa dessas tarifas altas e de abusos de poder sistemáticos – que passam por ser rápida e muitas vezes abusiva a bloquear e a multar e muito lenta a desbloquear ou a responder a queixas e protestos dos utentes. A EMEL é uma empresa que maltrata os clientes, que despreza os munícipes e que faz campanhas de publicidade absolutamente enganosas sobre os seus métodos e fins. Basta olhar para o recente devaneio de José Sá Fernandes, que queria à viva força introduzir bicicletas de aluguer em Lisboa, talvez na tentativa de ter alguém a circular nas ciclovias que construíu de forma absurda. Quem lhe satisfez o capricho? A EMEL, claro, que lançou com parangonas o existência de doze – reparem bem no astronómico número – DOZE bicicletas para os utentes dos parques de estacionamento. E que utentes são esses? Apenas os clientes dos parques com assinatura mensal. Se isto não fosse risível seria um dramático sinal de incompetência e saloice.
Na zona onde trabalho, nas Avenidas Novas, é frequente ver os esbirros da EMEL a bloquearem carros que não estão mal estacionados, apenas excederam o tempo, enquanto assobiam perante as duplas filas. E com alguma frequência os carros da EMEL estão mal estacionados em cima de passagens de peões. Uma vez enviei uma foto de uma situação destas para a própria EMEL, protestando, e explicaram-me que os infractores estavam apenas a trabalhar e tinha sido por pouco tempo. Senhor António Costa, e não se pode extinguir esta empresa parasita? Vá lá, faça alguma coisa por Lisboa, já que tão pouco tem feito.
Vou relatar uma situação real ocorrida esta semana, numa tarde de chuva, com uma amiga minha. Foi ao notário tratar de um assunto e no regresso o carro estava com bloqueadores da EMEL. Ligou para um call center muito moderno e dizem que os desbloqueadores vão a caminho. Factos: o estacionamento foi feito às 11h20, a saída do notário foi às 13h20, o bloqueamento foi feito às 12h05, o primeiro pedido de desbloqueamento foi às 13h25, mas só foi concretizado três horas e meia depois, às 16h50. Pelo meio foram feitos vários telefonemas sempre com a informação de que o assunto estava a ser tratado – com o irritante automatismo dos call centers que efectivamente são um atentado aos clientes. Eu sei que a EMEL é uma organização, patrocinada pela Câmara Municipal de Lisboa, para abusar da paciência dos munícipes. A legalidade da sua plena actuação é questionável, o bom senso dos seus agentes é quase nulo, a eficácia na caça à multa e o abuso de autoridade é directamente proporcional à ineficácia da sua acção quando são chamados a resolver situações. O Dr. António Costa acha três horas e meia um tempo aceitável para desbloquear um carro? Eu por mim sugiro que na próxima campanha autárquica os eleitores castiguem quem não apresentar medidas de reforma da actuação da EMEL.E ao fim das tr~es horas e meia nem um pedido de desculpa, nem uma justificação - paguem e calem-se. Se fosse comigo tinha-lhes pedido a identificação e solicitado que fizessem um teste do alcóol.
(Publicado no Meia Hora de 18 de Novembro)
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