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MONSTRINHOS - Tudo indica que o primeiro-ministro passou das vacas voadoras para uma busca incessante atrás dos Pokémons. Onde quer que esteja só vê os pequenos monstros a saltarem por todo o lado à sua frente, e culpa-os de tudo o que lhe está a acontecer. Cada vez que Mário Centeno lhe aparece pela frente é como se estivesse a olhar para um Pokémon gigante. Sonha com monstrinhos na Caixa Geral de Depósitos e no Novo Banco. Cada vez que aterra em Bruxelas lá anda de telemóvel na mão a ver se descobre mais Pokémons nos corredores e, na recente visita de Hollande a Portugal, foi visto a olhar para o Presidente francês como se este tivesse algum Pikachu a sair-lhe do colarinho. Até em Belém, cada vez que lá entra, olha desconfiado para o ecrã do telemóvel a ver se por detrás de Marcelo não aparece nenhum Pokémon. Quando passa perto do Bloco de Esquerda ou do PCP fica desconfiado, a ver de onde lhe vai saltar um dos pequenos monstros. Na Assembleia da República nem se fala - mandou os seus assessores andarem de telemóvel no meio do hemiciclo a ver se descobrem qual a influência que os Pokémon tiveram na rejeição de Correia de Campos para o Conselho Económico e Social. E segundo os relatos surgidos a público através de vários Pokémons, numa recente reunião com parlamentares socialistas, mostrou-se desiludido, preocupado e houve até quem tivesse pensado que estava a preparar o caminho para eleições antecipadas. Quer-me parecer que a geringonça vai deixar de ser rebocada por vacas voadoras, e que em vez delas estarão Pokémons a fazer das suas...
SEMANADA - A atividade económica em Portugal abrandou dois meses consecutivos, em Abril e Maio, e um índice para Junho (sobre clima económico) aponta para uma estagnação - as conclusões são de um relatório do Instituto Nacional de Estatística; um estudo do INE sobre o panorama do acesso à cultura nos concelhos portugueses mostra que em 41% dos municípios não há salas de espetáculo e Lisboa concentra um quarto da oferta e 60% das receitas; o Orçamento de Estado de 2017 terá cortes nas áreas da saúde e educação; esta semana um porta-voz dos comunistas garantiu que o PCP não tenciona “fazer a cama” ao governo; PCP manifestou descontentamento por não ter sido ouvido na negociação dos nomes para Tribunal Constitucional, ao contrário do que aconteceu com o Bloco de Esquerda; o nome de Correia de Campos foi chumbado pelos deputados para presidir ao Conselho Económico e Social; o Governo anunciou que vai congelar os salários dos funcionários públicos no próximo ano; as Universidades aumentaram o número de vagas e os cursos com mais desemprego não cortaram lugares; na Assembleia da República há nove deputados da que nunca falaram nas 88 reuniões já realizadas da actual legislatura; as vítimas de abuso sexual fora do contexto familiar têm que pagar custas judiciais se avançarem com processo contra os agressores; Arnaldo Matos, que voltou a dirigir o MRPP, classificou o atentado de Nice como “um acto legítimo de guerra”.
ARCO DA VELHA - Uma pesquisa no site da RTP permite concluir que o Conselho Geral Independente não tem ali actividade divulgada desde o final do 1º semestre de 2015 - nem comunicados, nem actualizações de linhas de orientação estratégica, nem TDT, nem sequer relatórios sobre a sua actividade ou actas das reuniões.
FOLHEAR - Uma das mais fascinantes revistas que tive oportunidade de folhear nos últimos tempos chama-se “amuseum” e é dedicada a mostrar objectos, enquadrando-os em artigos sobre cultura, arte, design, ciência e História. Editada em Londres, começou a sua vida em 2014 e vai no terceiro número. É obra de Dan Stafford, que a concebeu editorialmente e do ponto de vista gráfico - numa rara e bem sucedida combinação que abarca todo o processo editorial. A revista cruza textos com fotografias, ilustrações e banda desenhada. Tem um sentido de humor particular que se nota por exemplo na apresentação de Spielberg : “o mestre do suspense que colocou um tubarão na imaginação dos amantes de praia de todo o mundo” ou na secção objectos acabados, onde uma cassette VHS se cruza com o esqueleto de um dinossauro. Este é um daqueles casos em que depois de uma primeira visita se volta uma e outra vez às mesmas páginas, descobrindo novos pormenores, novos pontos de interesse. O seu ritmo de edição, anual, acaba por ser um incentivo a que ela seja guardada como o objecto de colecção, que de facto é. Mais informações em http://www.amuseummag.com .
VER - Um céu, pintado no tecto de uma Igreja, foi o último projecto de Michael Biberstein, um pintor de naturalidade suíça radicado em Portugal durante cerca de três décadas e que faleceu subitamente em 2013 sem ter conseguido executar a sua ideia na Igreja de Santa Isabel. A viúva do artista, Ana Nobre Gusmão, o pároco da igreja, José Manuel Pereira de Almeida, e várias entidades que asseguraram o financiamento da obra, deram vida à ideia e “o céu de Mike” foi inaugurado esta semana. A maquete ‘Um Céu para Santa Isabel’ foi apresentada pela primeira vez na galeria Appleton Square, no âmbito da Trienal de Arquitetura de 2010 e o “interesse” que o projeto despertou motivou angariação de fundos para a sua realização. Michael Biberstein faleceu a “escassos meses” de começar a pintura mas o pároco de Santa Isabel revelou que a sua viúva e todas as pessoas envolvidas resolveram continuar o projeto e estabeleceram que o tecto deveria ser pintado como surgia no original da maquete. “Como uma pedra preciosa guardada dentro de uma caixa escura com uma sombria tampa cinzenta” - foi assim que Michael Biberstein descreveu a igreja de Santa Isabel, sublinhando que a luz que entrava pelas janelas era absorvida pelo tecto preto-mate então existente, “o que visualmente torna o espaço muito pesado, impedindo-o de respirar e desenvolver visualmente o volume desejado”. No texto, disponível no blogue Um Céu para Santa Isabel, Biberstein propunha-se substituir “o sufocante manto cinzento por um céu aberto”, tornando-o mais acolhedor, forte e apelativo à meditação. O Céu de Santa Isabel está agora à disposição de todos.
OUVIR - Se Frank Zappa fosse vivo aposto que gostaria de se candidatar contra Donald Trump só para marcar presença e dizer o que iria na alma. Zappa morreu no fim de 1993 e foi um dos mais fascinantes e influentes músicos norte-americanos nas décadas de 60 e 70, cruzando géneros e abrindo novos caminhos. Combinava uma invulgar capacidade musical - como compositor, executante e produtor - com um humor avassalador e um olhar atento e cáustico sobre a sociedade norte-americana. Ele, e os seus Mothers Of Invention, nunca foram muito populares mas marcaram uma época com discos como “200 Motels”, “Freak Out”, “We’re Only In It For The Money”, “Apostrophe”, “Hot Rats” ou “Chunga’s Revenge” entre tantos outros. Os seus herdeiros chegaram recentemente a acordo com a Universal Music e, muito adequadamente, neste ano de eleições norte-americanas, saíram agora em simultâneo (e já estão disponíveis em Portugal), dois álbuns feitos a partir dos arquivos de gravações não editadas de Frank Zappa. “Frank Zappa For President” retoma a ironia que o caracterizava e agrupa versões inéditas de temas conhecidos, gravações ao vivo e algumas remisturas. É Zappa no seu melhor, ele próprio a tocar o seu synclavier. Vale a pena ouvir “ If I Was President” e a “Overture To Uncle Sam” permite perceber como maestros como Pierre Boulez se apaixonaram pela musica de Zappa e a gravaram. Em simultâneo a Universal lançou também “The Crux Of The Bisquit”, apresentado como um documentário audio, e que foi feito para celebrar o 40º aniversário da edição do álbum “Apostrophe”. Contém versões inéditas, gravações alternativas de alguns temas, até excertos de uma entrevista, e recupera o primeiro alinhamento para o álbum que viria a ser um dos raros sucessos comerciais de Zappa - com participações de músicos como Jean Luc Ponty, Jack Bruce ou George Duke, entre outros. Frank Zappa, “For President” e “ The Crux Of The Bisquit”, edições Universal disponíveis em CD.
PROVAR - A casa abre só ao fim da tarde e depois fica a funcionar até à meia noite. Começa com petiscos e depois passa para jantar. Tem carta curta, ideal para quem não gosta de ter muita escolhe ou não gosta de ficar indeciso. Os pratos principais são um naco de atum ou um naco de carne angus. Volta e meia há um prato extra, tipo sugestão do dia, fora da lista, como um naco de espadarte ou um chuletón. O local que assim funciona chama-se Boca Café, e fica na Rua de S. Bento. Nas entradas e petiscos destaque para umas tortitas de miolo de sapateira com jalapeños e uma rica e variada salada vietnamita. Para coisas mais substanciais há o naco do mar - atum grelhado com maionese de lima e mostarda tradicional e o naco da terra, black angus grelhado com redução de balsâmico e mostarda. Em alternativa há pregos de atum e de angus, muito bem temperados, em pão de forno de lenha, acompanhados por umas deliciosas com batatas partidas com salsa brava. Nos acompanhamentos, além destas batatas, há espargos verdes e um curioso puré de boletos selvagens com tomilho. Nas sobremesas há um bem conseguido gelado de chocolate belga, espuma de cacau e avelãs chamado Choco Duo. Para a próxima experimento o creme brulée com poejo. A lista de vinhos não é extensa mas tem boas propostas, embora precise de ser mais comedida nos preços propostos. Há vinho a copo e a imperial, bem tirada, é da cerveja espanhola Estrela Damm. O serviço é muito simpático e atencioso. A decoração é simples e confortável, um longo corredor que culmina numa sala e no bar Tudo fica ainda mais atraente nestas noites quentes com um pátio entre prédios, espaçoso, onde está uma esplanada sempre muito concorrida Nas paredes há obras de Sebastião Lobo, baseadas no nome do restaurante: Boca. Rua de S Bento 33, telefone 969 706 422, aberto das 19 à meia noite, fecha às segundas.
DIXIT - "Não faz sentido estar a gastar dinheiro na recuperação de símbolos do passado” - José Sá Fernandes, vereador em Lisboa.
GOSTO - O próximo livro da saga Harry Potter vai ter apresentação mundial na livraria Lello, do Porto.
NÃO GOSTO - Da afirmação de Simonetta Luz Afonso sobre a Praça do Império: “Os brasões não fazem falta nenhuma no jardim”.
BACK TO BASICS - A Europa não é mais do que uma expressão geográfica - Otto von Bismarck
ZIG ZAG - Em Portugal o regime entrou na época do Zig Zag, Isto aplica-se, nomeadamente, à acção do Governo, que em apenas um mês já modificou várias medidas do anterior executivo, desde os feriados nacionais até privatizações na área dos transportes, passando por revogações e alterações na saúde, educação e justiça. O país entrou oficialmente na fase em que se desfaz o que se fez e em que se aumentam os gastos. A seu tempo virá o aumento das receitas pelo expediente do costume - o aumento da cobrança de impostos. Estou com alguma curiosidade de ver como isto evolui, do ponto de vista da despesa pública, da competitividade da economia, do PIB e, sobretudo, da melhoria efetiva das condições de vida que é o grande argumento para tudo o que o Governo está a fazer. Mas isto só se perceberá daqui a uns anos. Para já uma coisa é certa: mesmo que subjetivamente. há muita gente que se sente mais à vontade para fazer gastos, para contrair créditos. Há, como se viu nos números deste Natal, uma espécie de nova euforia consumista. Resta saber se foi uma atitude pontual ou se esta euforia vai virar epidémica. Mas o efeito Zig Zag não se passa só na acção do Governo. Aos poucos vai descendo pelo edifício do sistema partidário. O primeiro sinal veio de Paulo Portas, que decretou o fim, pelo menos temporário, da sua época - o que vai atirar o CDS/PP necessariamente para outros rumos. Resta ver como o PSD evoluirá e como se reposicionará face às alterações à sua direita. Tudo se conjuga para uma tempestade perfeita cujo resultado seja uma tranquila governação de Costa ao longo de uma legislatura. Constata-se agora ainda mais que o anterior governo não fez reformas de fundo - apenas usou maquilhagem estrategicamente aplicada. Ao usar desmaquilhador em quantidades apreciáveis, António Costa mostra também a superficialidade de muito do que foi feito. Vamos a ver como fica o rosto do país no fim destes tratamentos de beleza.
SEMANADA - Começaram os debates presidenciais, com três características: fraca audiência, falta de brilho e enorme previsibilidade e monotonia; começa a desenhar-se o espectro de uma abstenção assinalável; um inquérito recente mostrava que os novos votantes, entre os 18 e 25 anos, na maioria dos casos, não ligam sequer à campanha que está a decorrer; segundo o Instituto Nacional de Estatística cerca de 35% da população portuguesa, e nestes a maioria com mais de 65 anos, não tem acesso à internet; em 2015 foram registados mais de cinco mil nomes diferentes para recém nascidos; as receitas brutas de bilheteira de cinema a nível global ultrapassaram em 2015 os 34,8 mil milhões de euros, o maior valor de sempre; a venda de carros registou no ano passado um aumento de 24% e obteve o melhor resultado desde 2010; o investimento em imobiliário em 2015 atingiu o maior valor de sempre, 1,9 mil milhões de euros com os centros comerciais e lojas de rua a captarem a maior fatia do investimento estrangeiro na área; a banca portuguesa detecta por dia 15 operações suspeitas de lavagem de dinheiro; o Governo decidiu que quatro feriados civis e religiosos vão ser repostos já este ano, criando três “pontes” em 2016; as compras com multibanco subiram 270 milhões de euros no período do natal; o fisco reteve 486 milhões de euros em reembolsos de IVA a empresas em 2015; a dívida pública portuguesa subiu dois mil milhões de euros num mês; especialistas de planeamento urbano de vias circulares às cidades afirmam que a decisão de ajardinar e arborizar a segunda circular, tomada pela Câmara Municipal de Lisboa, coloca questões de segurança e poderá ter um impacto considerável no aumento do trânsito (e da poluição) dentro da cidade; 21 dias é o tempo médio que o Ministério da Educação demora a substituir um professor, por doença ou outros motivos, o que na prática significa um mês inteiro sem aulas; no fim de semana passado a espera em urgências hospitalares chegou a atingir as 12h00; o Governo fez 154 nomeações em 41 dias.
ARCO DA VELHA - Há um ano a eurodeputada Ana Gomes propôs ao PS que apoiasse a candidatura presidencial de Maria de Belém, sublinhando que era tempo de ter uma mulher na presidência; agora decidiu aceitar ser a mandatária de Sampaio da Nóvoa.
FOLHEAR - Neste Natal houve uma prenda que me tocou especialmente: a nova edição de “Lisboa - cidade triste e alegre”, de Victor Palla e Costa Martins, que foi publicada no último trimestre de 2015 pela Pierre Von Kleist, uma editora consagrada a livros de fotografia. Originalmente o livro foi editado em 1959, na sequência de uma exposição na Galeria Diário de Notícias. A edição original foi feita em fascículos, publicados entre Novembro de 1958 e Fevereiro de 1959. Mais tarde, em 1982, António Sena fez uma exposição chamada “Lisboa e Tejo e Tudo”, na sua galeria Ether, e recuperou e encadernou algumas das colecções integrais de fascículos - e vários exemplares tiveram circulação internacional. O livro agora reeditado reproduz exactamente o original e reúne cerca de 200 fotografias, em que os autores incluíram excertos de poesia Fernando Pessoa, António Botto, Almada Negreiros, Camilo Pessanha, Mário de Sá-Carneiro, Alberto de Serpa, Cesário Verde, Gil Vicente, e inéditos de Eugénio de Andrade, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill, Jorge de Sena, entre outros, com destaque também para o texto de abertura de José Rodrigues Miguéis. A reputação internacional do livro surgiria depois, associada à sua inclusão em 'The Photobook: A History, Vol. 1', de Gerry Badger e Martin Parr que o descrevem assim: "Lisboa, Cidade Triste e Alegre é particularmente notável pelo uso de ideias gráficas desenvolvidas por fotógrafos como William Klein ou Ed van der Elsken, criando um livro vibrante, com uma sequência cinemática". Em 2009, para assinalar o cinquentenário da edição original a Pierre Von Kleist fez uma reedição reproduzindo exactamente a original, edição que rapidamente esgotou. E no final do ano passado fez nova reedição, igualmente com uma impecável impressão, desta vez feita na Alemanha. E é esta que folheio regularmente com gosto, deliciando-me com os textos que, no indíce, os autores escreveram sobre a forma como cada imagem foi feita.
VER - Esta semana recomendo três exposições de fotografias. Começo por Lisboa onde “A Pequena Galeria” (Av 24 de Julho 4C, junto à Praça D. Luis), reabre com uma nova montagem da exposição “Sete Fotógrafas & Inéditos”, que apresenta trabalhos de Clara Azevedo, Cristina H.Melo, Diana Laires, Inês Cruz, Letícia Zica, Luísa Ferreira e Maria Simão. Em Cascais, na Fundação D. Luis I - Centro Cultural de Cascais, até 17 de Abril, está a exposição “Nicolás Muller.Obras-Primas” que integra a programação da MOSTRA ESPANHA 2015 e que fez parte do PhotoEspaña de 2015. Muller foi um fotógrafo húngaro que se fixou em Espanha, depois de ter passado por França – onde conheceu Brassaï e Robert Capa – e ainda por Portugal, onde permaneceu apenas uns meses e realizou um trabalho sobre a zona ribeirinha do Porto, que é parte integrante da exposição em Cascais (na imagem). Finalmente, em Braga, no Teatro Circo, uma exposição de fotografias de António Variações, parte de uma coleção de 300 imagens do cantor que ao longo dos anos foi recolhida por Teresa Couto Pinho , desde ensaios a concertos, passando pelas sessões para as capas de discos. Dentro em breve será editado um livro que reúne a colecção.
OUVIR - Frank Zappa foi um dos génios da música norte-americana da segunda metade do século passado. Percorreu vários géneros musicais, sozinho ou com os Mothers Of Invention, fez canções, encenou provocações, e escreveu peças de música contemporânea, muitas sob a influência de Edgard Varèse, algumas interpretadas por nomes como Pierre Boulez, desaparecido esta semana. Uma delas, a mais célebre, é a ópera “200 Motels”, inicialmente editada em 1971 numa versão rock, e que agora foi gravada pela orquestra Filarmónica e Côro de Los Angeles, dirigidos por Esa-Pekka Salonen. 22 anos depois da sua morte Zappa continua a surpreender, quando nos reencontramos com o seu talento musical nesta reinterpretação de uma das suas peças mais emblemáticas, escrita ao longo de cinco anos e que relata a passagem de uma banda rock por uma cidade imaginária, Centerville, pretexto para um retrato irónico sobre o quotidiano da América de então, desde os habitantes da cidade aos membros da banda, passando pelo próprio Zappa ou os jornalistas que escrevem sobre a digressão. A versão de Salonen fez algumas alterações na ordem de apresentação das diversas cenas e privilegiou a abordagem orquestral. Menos enérgica que a versão original, ela é no entanto mais coerente do ponto de vista da narrativa e, sobretudo, permite divulgar e dar nova vida a uma das maiores obras de Zappa, mostrando toda a sua genialidade, quer na escrita musical quer na ironia do libretto. A gravação foi efectuada em 2013, editada no final do ano passado e produzida por Frank Filipetti e Gail Zappa, a filha do compositor.(“200 Motels- The Suites”, duplo CD Zappa Records, Edição Universal Music, na FNAC e El Corte Ingles).
DIXIT - “Não estou a concorrer a líder partidário” - Marcelo Rebelo de Sousa
GOSTO - Das reflexões e opiniões que podem ser vistas no novo site www.clubedeimprensa.pt
NÃO GOSTO - Num debate televisivo o candidato do PCP, Edgar Silva, evitou responder frontalmente quando interrogado sobre se considerava a Coreia do Norte uma democracia.
BACK TO BASICS - “Numa disputa sem sentido não há qualquer espécie de valor” - William Shakespeare.
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