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FUTEBÓIS - Quando frequentei o Liceu Camões fui aluno do Professor Magalhães, no tempo em que a Educação Física tinha o nome de ginástica. Ele não se cansava de nos dizer que o desporto era um escola de respeito pelo outro, de competitividade, honestidade e perseverança. Mais tarde, em alguns desportos que pratiquei, essa ideia era uma constante - a começar pelas artes marciais japonesas, baseadas no saber, no treino e na honra. Como Fernando Sobral escreveu no seu livro “Futebol, o Estádio Global”, editado no ano passado nos ensaios da Fundação Francisco Manuel dos Santos, “houve um tempo em que o futebol era um prazer barato que se jogava ao domingo, e não era difícil que alguém se apaixonasse por aquele jogo de regras simples, com artistas que fintavam os adversários e marcavam golos”. Noutro ponto do mesmo livro surge uma frase que resume a capacidade de atracção do futebol: “a transformação deste desporto em espectáculo de massas deve muito a factos, mas também ao inexplicável: a magia de um pé direito, o génio de um guarda-redes, as superstições de balneário”. A transformação do futebol num espectáculo de massas, disputado por estações de televisão e por marcas, mudou muita coisa. Os negócios à volta do desporto profissional vieram trazer um mundo novo, onde tudo é permitido e onde se criou uma casta de dirigentes, sem honra nem princípios, envolvidos em actividades estranhas e com atitudes de tiranetes. O desporto, em qualquer modalidade, devia ser um exemplo para a educação dos mais novos, mas os responsáveis dos principais clubes estão a transformar o popular futebol numa escola de crime organizado e de vigarices encapotadas. Os acontecimentos mais recentes nos grandes clubes nacionais são reveladores disto mesmo. E é preciso dizer que o conluio dos políticos com o futebol e a sua subserviência à influência eleitoral dos clubes pioram ainda mais as coisas. O mundo do futebol é hoje em dia um mau exemplo. Um local pouco recomendável.

 

SEMANADA - Nove torres da penitenciária de Lisboa estão sem vigilância 14 horas por dia; o sistema de saúde dos militares das forças armadas jé tem um buraco de 70 milhões, tendo aumentado o défice em 32% face a 2016; a secretaria de estado da Habitação reconhece que há mais de 25 mil famílias com carências habitacionais graves; o voo directo Pequim-Lisboa trouxe mais 74 mil turistas chineses em 2017, um aumento de 40% em relação ao ano anterior; durante o ano de 2017 a GNR registou 134 acidentes envolvendo animais na estrada; a produção automóvel em Portugal duplicou em Janeiro e a variação deveu-se à Autoeuropa; a campanha de cereais de inverno será a pior dos últimos cem anos em consequência de um mês de janeiro quente e seco; segundo o Tribunal de Contas foram pagos indevidamente mais de 200 milhões de euros pelos organismos responsáveis pela atribuição de fundos europeus na agricultura e pescas; o tempo de espera para cirurgias relacionadas com a obesidade tem vindo a aumentar e o número de hospitais que a realizam tem vindo a diminuir; há mais de 1700 doentes à espera de vaga nos cuidados continuados e no último ano a lista aumentou em 500 pessoas; no mesmo fim de semana do congresso do PSD Maria Luís Albuquerque deu uma entrevista onde admite candidatar-se à liderança do partido se Rui Rio não vencer as próximas legislativas.

 

ARCO DA VELHA - Segundo os responsáveis autárquicos lisboetas na Avenida da Liberdade um plátano foi chocar com um autocarro de turistas e a culpa do sucedido não consegue ser apurada. Para resolver o problema cortou-se a árvore pela raiz.

 

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FOLHEAR -  A revista FOAM é integralmente dedicada à fotografia, nas suas diversas formas, e publica-se três vezes por ano, em Amsterdão, pelo Foam Fotografiemuseum. Cada edição é dedicada a um único tema e o mais recente é “Back To The Future”, com o subtítulo “O século dezanove no século vinte e um”. Com um grafismo cuidado e muito bem impressa, a revista tem ganho diversos prémios e nesta edição dedicada ao Futuro o destaque vai para artistas contemporâneos que adoptam, retomam, reciclam e reinterpretam temas, técnicas e ideias do século XIX, com recurso a técnicas digitais, novos materiais e assuntos actuais. “Com a utilização das mais recentes tecnologias digitais a fotografia afasta-se cada vez mais da noção tradicional que existia sobre ela e está a entrar num mundo de imagens geradas por computador, realidade aumentada e esferas virtuais; simultaneamente, no extremo oposto do espectro, vemos um ressurgimento de interesse nos anos pioneiros da fotografia e um número significativo de jovens fotógrafos estão a trabalhar com técnicas antigas, utilizando-as agora de forma contemporânea e criando uma prática artística relevante” - sublinha Marloes Krijnen, que dirige a revista, no seu editorial. Hoje em dia a matéria prima da fotografia passa por computadores e impressoras 3D, além da luz, materiais foto-sensíveis, emulsões e processos químicos que caracterizavam a imagem fotográfica até ao final do século XX. E esse é o tema desta excelente edição da FOAM, disponível na Loja Manifesto em Matosinhos e na Under The Cover em Lisboa.

 

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VER - Muitas vezes há pessoas que olham para peças de arte contemporânea e pensam:  “eu era capaz de fazer isto”. Ou, vendo uma instalação, interrogam: “onde é que aqui está a arte ?”. Joseph Beuys (1921-1986) foi um dos mais proeminentes artistas europeus do pós guerra e combinava uma enorme capacidade criativa com uma atitude de provocação assumida, baseada na sua intenção de fazer as pessoas reagirem à sua obra. Foi pelo desenho que começou, mas foram as esculturas, as instalações e as performances que realizou que lhe deram maior projecção. No fundo ele próprio era quase parte da obra que concebia e hoje em dia, quando vemos algumas das suas peças expostas num museu, percebe-se que na sua ausência elas têm um significado diferente - como aliás acontece com a obra de muitos artistas conceptuais. O documentário “Beuys”, de Andres Veiel, em exibição no Nimas, é baseado em material de arquivo, fotografias e filme, e salienta o lado da importância da consciência social no seu trabalho e na sua vida. Para Beuys a criatividade estava no centro de todos os aspectos da existência humana e este documentário ajuda a conhecer melhor o que ele fazia e porque o fazia.  Outras sugestões: no Atelier-Museu Júlio Pomar, em Lisboa, obras dos artistas Júlio Pomar, Rita Ferreira e Sara Bichão estão reunidas na exposição “Chama”, com curadoria de Sara Antónia Matos, e que dá seguimento ao programa do Atelier-Museu, que procura cruzar a obra de Júlio Pomar com outros artistas. Na Guarda, Pedro Calapez está na Galeria de Arte do Teatro Municipal da Guarda com a exposição "Acordo de Noite Subitamente". E na Galeria Ratton, em Lisboa, Jorge Martins mostra o seu trabalho sobre quatro painéis de azulejo.

 

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OUVIR - Quase se consegue sentir a voz de Elis Regina a envolver-se com o saxofone de Andy Sheppard na versão do clássico “Romaria” que dá o título ao mais recente disco do saxofonista, editado em Fevereiro pela ECM (disponível no Spotify). Sheppard é um saxofonista britânico e para o seu novo disco foi de novo buscar nomes com quem já tinha trabalhado em estúdio e em digressões: o guitarrista norueguês Eivind Aarset, o baixo francês Michel Benita,  e o baterista escocês Sebastian Rochford. Sheppard distingue-se pela subtileza da forma como toca e pela simplicidade dos arranjos - que leva os músicos a percorrerem atmosferas calmas, deixando espaço ao silêncio. “And A Day…”, o tema de abertura dos oito que integram este novo disco, é um exemplo do ambiente de sobriedade que Sheppard e os seus músicos constroem. Dois temas surpreendentes são “Pop” e “They Came From The North”, além da bela balada “Every Flower That Falls”, que  foi originalmente escrita por Sheppard como uma banda sonora imaginada, tocada ao mesmo tempo que era exibido o filme Metropolis, de Fritz Lang, numa edição do Festival de Jazz de Bristol. A última faixa, “Forever…” retoma as sonoridades e o ambiente musical da faixa de abertura de que, é, na realidade, a continuação.


PROVAR - Após uma primeira visita à zona da mercearia do Fiammetta, em Campo de Ourique, experimentei poucos dias depois o restaurante, ao almoço. Além da carta (já lá iremos) há sugestões do dia - que passavam no caso por uma sopa de tomate, uns penne de massa fresca com alcachofras e pancetta - que acabou por ser a opção. Devo dizer que há muito não provava uma massa tão cuidadosamente confeccionada e absolutamente no ponto de cozedura. A combinação das alcachofras com a pancetta funcionou às mil maravilhas. Para acompanhar veio um copo de tinto sugerido também como opção do dia, o Santa Cristina Tinto, da Toscana, que desempenhou muito bem. Da mesa onde fiquei tinha uma vista privilegiada sobre o balcão dos queijos e fumados, que tem também massa fresca, do dia, para levar para casa, de várias categorias. E na cave está a mercearia de que já se falou aqui. Todos os dias há também um prosecco para alegrar os fins de tarde à volta de uns aperitivos (por exemplo uma tábua de enchidos e fumados). A sobremesa do dia era um bolo de cenoura, simples - mas como com o café vem um biscoito de amêndoa ficou o doce assim resolvido. Na lista fixa há outras possibilidades: bruschetas com tomate,  pancetta, crostini de mozzarella e prosciutto de Parma ou saladas caprese, burrata com nozes, pera e gorgonzola. Também há paninis com diversos recheios para um almoço mais rápido: presunto de parma com tomate e azeite de trufa, com mortadela, parmesão e azeite, ou com tomate cereja, mozzarella, alcaparras e azeitonas. As massas são feitas todos os dias no restaurante e podem ser pedidas entre as 12h30 e as 16 horas. Além do prato do dia há sempre tagliatelle com bolonhesa, massa rigatoni à carbonara, ou com pesto manjericão e pinhões. Nos doces o tiramisú já ganhou fama. Fiammetta, Rua Almeida e Sousa 20.

 

DIXIT - “Já estava com saudades de África” - Marcelo Rebelo de Sousa, ao chegar a São Tomé e Princípe

 

GOSTO - Portugal está entre os 20 países onde a mortalidade de recém nascidos nas quatro primeiras semanas de vida é mais baixa.

 

NÃO GOSTO - Portugal é vice-campeão em obesidade infantil e muitos alunos do 1º ciclo não fazem educação física.

 

BACK TO BASICS - “Tenho constatado que as pessoas sem vícios têm muito poucas virtudes” - Abraham Lincoln

 

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publicado às 13:15

ERA UMA VEZ A BOLA

por falcao, em 25.03.09

(Publicado no diário Meia Hora de 24 de Março)

 


Era uma vez um jogo tão delirante que apenas podia ser contado numa fábula. Puseram-lhe o nome de futebol. Havia quem pensasse que era um desporto – mas na realidade tornou-se  apenas num espectáculo, preparado e ensaiado como todos os espectáculos, com vários finais possíveis, com especialistas em efeitos especiais, com uma multidão de peritos no desenvolvimento do negócio, empenhados em eliminar o acaso.


Era uma vez um desafio de futebol entre duas equipas grandes. No final, quem ganhasse levava uma taça de cerveja bem recheada de notas – e sempre ficava com um prémio de consolação por outras vitórias não conseguidas.


Era uma vez um árbitro que entrou no relvado com a missão de dar a vitória a uma das equipas – a bem dizer esta era uma tradição antiga: volta e meia faziam-se umas combinações para ver como se dividiam os vários troféus entre as principais equipas daquele país. Este ano, uma delas estava necessitada. O árbitro sabia o que esperavam dele. Dias antes do jogo havia já quem dissesse o que ía suceder –  havia uma combinação e o assunto era tema de conversa


Era uma vez um especialista do equilíbrio do negócio da bola que explicou a um observador distraído como as coisas se passam: sabes, para o negócio ser rentável, para haver gente no estádio, para as televisões comprarem jogos, para se vender a publicidade dos principais desafios, é preciso manter as equipas do topo da tabela com bom astral – é bom para os adeptos, é bom para as contas dos clubes e é bom sobretudo para a máquina toda. E disse mais: sabes, isto é uma coisa que envolve muita gente, alimenta muitas famílias, não é uma brincadeira de crianças com uma bola de trapos. Aqui o que interessa – continuou o especialista – é que isto continue a ser um negócio. Como em outros negócios – finalizou peremptório – às vezes temos que perder para depois ganharmos mais.


Regresso à fábula: era uma vez um jogo que estava a dar a vitória a uma equipa, que não estava escolhida para ganhar aquela taça; era uma vez um árbitro que marcou um penalty que nunca existiu; esse penalty tirou a vitória à equipa que tinha marcado o golo limpo. A isto chama-se futebol à portuguesa. Há quem lhe chame também gamanço à antiga. 

 

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publicado às 13:17

A ESQUINA DO RIO

por falcao, em 03.08.08

(Publicado no «Jornal de Negócios» de 1 de Agosto)


 


PUFF! – As ruas de Lisboa cheiram mal, os passeios estão sujos, há sítios onde o branco da calçada é uma recordação. A coisa existe em várias áreas, não é só numa – e não se vêem lavagens de rua frequentes. Que se passa com a limpeza na cidade? Das avenidas novas ao Bairro Alto, passando pelo Martim Moniz, o cheiro nestes dias de calor é pestilento. 




INDECÊNCIA – O pequeno Largo do Chiado é dos melhores locais de Lisboa. Nestes dias de Verão, ao fim da tarde, é um corropio de estrangeiros, ouve-se falar todas as línguas, é engraçado ficar numa esplanada a ver o ambiente. Claro que tudo seria melhor se a esplanada estivesse limpa, mas infelizmente não é o caso. A «Brasileira» do Chiado, ao fim da tarde, é o exemplo do que não pode acontecer – já nem falo da degradação das mesas com a pintura toda estalada e geralmente sujas – basta ver o chão. Na zona concessionada da esplanada, ao fim da tarde, acumulam-se sujidades diversas, restos de embalagens, guardanapos de papel, bocados de pacotes de açúcar. Verdadeiramente não sei o que a Câmara anda à espera para pôr o local na ordem e obrigar os concessionários a manter bem limpa e digna a esplanada melhor colocada de Lisboa, protegida pela sombra de Fernando Pessoa. 

 


 


ROMANCE – Muito curiosa a troca de piropos entre João Cravinho e Alberto Martins, ambos destacados socialistas, a propósito da legislação de combate à corrupção. Cravinho, já se sabe, acha que o assunto não está a ser tratado com o rigor devido. E Alberto Martins acusou o toque. Pelo meio ficaram acusações que nem a oposição se lembra de insinuar. Deve ser uma forma de exprimir a fraternidade socialista, suponho. 

 


 


FUTEBOL – No caso da RTP e do Futebol quem tem que explicar o que quer é o representante do accionista Estado, ou seja o Ministro Santos Silva. Convém que esclareça se o accionista Estado, em vésperas de permitir a abertura de um terceiro canal privado, pretende reforçar a competitividade comercial do operador de serviço público. Aqui a única pessoa com responsabilidades é quem dá orientações, ou seja, o accionista. 

 


 


CHINA – Nestes dias todas as revistas trazem fotografias de Pequim, da nova Pequim, em vésperas do início dos Jogos Olímpicos. Estive lá em 1990, um ano depois dos incidentes de Tiananmen, e quando olho para as fotografias actuais das grandes avenidas nem acredito na transformação acontecida em menos de duas décadas. Arquitectura impressionante, soluções de engenharia inovadoras, uma dimensão enorme, uma cidade completamente transformada, uma sociedade em constante mutação.  

 


 


ESQUISITO – O Ministro da Cultura demitiu o Director do Teatro Nacional D. Maria II sem ter tido uma única conversa com ele sobre o seu trabalho. Ninguém questiona o direito de o Ministro escolher a sua equipa e de não ter que viver com as escolhas da sua antecessora, mas não parece curial, sobretudo nesta área, que se evite o frente a frente e que se assine uma exoneração sem se ter dito ao interessado, olhos nos olhos, que iria ser demitido. Como todos os intervenientes nesta história são crescidinhos, resta pensar que existe alguma coisa escondida em toda esta novela. É do interesse público saber o que se passou e não promover jogos da cabra cega. 

 


 


VER – Merece uma visita a exposição de fotografias de João Silva, um fotojornalista português que trabalha no «The Star» de Joanesburgo. Intitulada «Pesadelo», a exposição agrupa imagens do Iraque, do Afeganistão, do Líbano, do Malawi, da África do Sul, do Gana e do Quénia. Pode ser vista na Galeria do «Diário de Notícias», Avenida da Liberdade 266. 

 


 


LER – A mais recente edição da «Vanity Fair» tem reportagens fascinantes sobre as razões do colapso do Banco Bear Sterns e sobre a história dos conflitos entre os herdeiros de Agnelli e, sobretudo, um exemplo de jornalismo investigativo nos bastidores da campanha de Hillary Clinton, sobre as razões que levaram à sua derrota. Mas melhor que tudo é o editorial do director da revista, Graydon Carter, que – sem papas na língua – revela que Bill Clinton andou a denegrir o autor de um anterior artigo da revista sobre as suas actividades pós-presidenciais. Sempre achei que uma revista como a «Vanity Fair» fazia falta por cá. E que fazem falta mais editores como Graydon Carter. 

 


 


OUVIR  - Nas comemorações dos 50 anos da Bossa Nova vale a pena encomendar da Amazon  (já que por cá não existe) a colectânea «The Antonio Carlos Jobim Songbook», uma edição da Verve feita em 1995 para homenagear Jobim aquando da sua morte. Para além da «Garota de Ipanema» por Stan Getz e João Gilberto com o próprio Jobim, o CD inclui versões de Sarah Vaughan («Corcovado»), Wes Montgomery («Insensatez»), Billy Eckstine («Felicidade»), Ella Fitzgerald («Desafinado»), Óscar Peterson («Wave») e Dizzy Gillespie («Chega de Saudade»).  

 


 


COMER – Picanhas há muitas, mas começa a ser raro encontrar uma que seja tenra, bem cortada e grelhada na brasa como deve ser, sem ficar passada e transformada num bocado de sola de sapato. Um novo restaurante em Campolide, ambiente simples e familiar, oferece uma boa alternativa. «O Assador» é especialista em grelhados de peixe e carne, tem serviço simpático e boa matéria prima. O vinho da casa, da região de Aveiras, acompanha bem os grelhados, o preço no fim da refeição é uma boa surpresa –a par da qualidade do bolo de bolacha sugerido para sobremesa. Fumadores autorizados. O Assador, Rua de Campolide 165 A, Tel 21309870783.


 

 


BACK TO BASICS – A Paz, na política internacional, consiste num período de vigarices, entre dois períodos de conflito, Ambrose Bierce. 

 


 

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publicado às 11:18

CURIOSIDADE – A frota automóvel do município de Tavira passou a ser abastecida em Espanha porque é mais barato. Quem é que diz que as comparações com Espanha não interessam para nada? 

 


MÉDIA – Recomendo aos governantes que gostam de citar médias europeias que atentem neste subtítulo de capa um jornal desta semana: «os pescadores portugueses pagam taxas mais baixas nas lotas espanholas, recebem mais pelo mesmo peixe e atestam os barcos com combustível mais barato». 

 


 


PONTARIA – Li num jornal da semana passada que os agentes da ASAE foram os que, de entre as várias polícias, maior treino de tiro tiveram nos últimos tempos. Dá que pensar, não é? Será que vão invadir os arraiais de Lisboa com o aparato que costumam utilizar em feiras e mercados? 

 


 


FUTEBOL I – Antes que a palhaçada comece, o melhor é declarar isto desde já: embirro com Scolari, com as espertalhices e teimosias que alarda, com o patriotismo de meia tigela que fomenta, com a maneira como algumas marcas se colam a ele. Por mim passo ao lado de qualquer coisa que tenha o carimbo desse senhor. 

 


 


 


 


FUTEBOL II – Não gosto do espírito de união nacional que a participação da selecção nacional induz. Irrita-me que os responsáveis nacionais usem a selecção e o futebol para terem um interregno nos problemas. Não gosto de pensar que há quem pense que a grandeza do futebol é a solução de todos os problemas do país.  

 


 


ANÁLISE – «O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela – em segui-la pois mimeticamente, com uma subordinação inconsciente e feliz. O síndroma provinciano compreende, pelo menos, três sintomas flagrantes: o entusiasmo e admiração pelos grandes meios e pelas grandes cidades; o entusiasmo e admiração pelo progresso e pela modernidade; e, na esfera mental superior, a incapacidade da ironia». Escrito por Fernando Pessoa nos anos 20, imaginem este texto escrito agora e façam as necessárias adaptações às sutuações actuais. 

 


 


LER – Este certeiro e oportuno texto de Fernando Pessoa pertence a uma pequena mas muito interessantes publicação, da Editorial Nova Ática: «O Provincianismo Português», incluindo ainda um outro texto, «O Caso Mental Português . Do mesmo autor e pela mesma editora vale também a pena ler «Um Grande Português ou A Origem do Conto do Vigário». Todos são curtos ensaios originalmente publicados por Pessoa na imprensa da sua época. Ainda um dia destes vou tirar mais umas belas citações destes textos, quer-me parecer. Estes deliciosos livrinhos estão disponíveis no renovado espaço da Livraria Guimarães (Rua da Misericórdia 68, um pouco acima do Teatro da Trindade), onde se conseguem encontrar textos clássicos e algumas edições fundamentais de autores portugueses, uma raridade nos tempos que correm.  

 


 


VER – Ir até Belém e de uma assentada só ver a peça que Pedro Cabrita Reis tem no Mosteiro dos Jerónimos e dar um pulinho ao CCB para ver no Museu Berardo a exposição sobre a obra do arquitecto Le Corbusier.  

 


 


OUVIR AO FIM DA TARDE – O novo volume da série Verve/Remixed, que já vai na quarta compilação. Aqui são revisitados temas como «Cry Me A River» de Dinah Washington, «Gimme Some» e «Take Care Of Business» de Nina Simone, «There Was A Time» de James Brown, «Tea For Two» de Sarah Vaughan, «Bim Bom» de Astrud Gilberto» e «I Get A Kick Out Of You» de Ella Fitzgerald, entre outros. Ao todo doze clássicos reinventados em tantas outras remixes de outros tantos DJ’s. Um disco ideal para acompanhar estes longos fins de tarde, depois do trabalho, já na fase de descontracção. CD Verve/ Universal. 

 


 


OUVIR À  NOITE– A banda sonora do filme «Sex In The City» já está disponível e merece atenção. Mistura sons da cidade de Nova Iorque, entre o rock, o pop e o hip-hop. Destaque para «Labels Of Love» de Fergie, «Mercy» de Duffy, o remix de «The Look Of Love» a partir de uma versão de Nina Simone, uma belíssima canção - «It’s Amazing» - de Jem, uma versão de «How Deep Is Your Love» (um original dos Bee Gees), aqui interpretado por The Bird & The Bee. Há mais Bee Gees numa versão de «How Can You Mend A Broken Heart» por Al Green e Joss Stone e a coisa remata com o sempre brilhante «Walk This Way» dos Aerosmith pelos RUN DMC com a participação dos autores Steve Tyler e Joe Perry. CD Decca/Universal Music.  

 


 


PETISCAR – Pastéis de bacalhau com salada de feijão frade ou outra combinação qualquer de salgados com saladas, de entre as várias que estão disponíveis na «Versailles». Uma maneira fresca de fazer um almoço leve numa sala simpática. Mas além de saladas tem bons pratos do dia e honestíssimos bifes. Às vezes até me esqueço que a Versailles é um muito decente restaurante. Av da República 15ª, quase a chegar ao Saldanha, não é pior marcar mesa ao almoço se quiser mesmo uma refeção como deve ser. Telefone 213546340. 

 


 


BACK TO BASICS - «Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão» - Eça de Queiroz. 

 

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publicado às 13:41

CHAMEM A POLÍCIA...

por falcao, em 12.04.08

Desta vez não vi o Presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, a chamar a polícia nem a atirar as culpas para os árbitros.... e a cabazada foi bem grande...


 

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publicado às 15:49


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