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O PÚBLICO

por falcao, em 31.05.08

Leio o diário «Público» desde o primeiro dia. Já foi o melhor diário português, já há uns anos que não é. Notícias que reportam pouco e comentam muito são o pão nosso de cada dia. Mas o pior veio na edição de hoje, com a frase de abertura da chamada de capa a prpósitodo »Rock In Rio», na qual, se escreve que Amy Winehouse não desiludiu. O jornalista esteve lá? Ouviu? Viu - nem que fossoe na Sic notícias? O «Público» tem uma equipa de marketing eficaz, uma direcção comercial combativa, mas tem uma direcção editorial que se abstém de editar o jornal, entretida que está em opinar. No «Público» cada vez se lêem menos notícias.

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publicado às 17:42

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por falcao, em 09.12.07
BOM – A abertura de uma livraria, a Byblos (Lisboa, Amoreiras Square), que disponibiliza um catálogo de 150.000 títulos, muitos deles difíceis de encontrar no mercado livreiro tradicional. A Byblos dispõe de um sofisticado sistema de informação que permite a rápida localização de um livro e introduz um conceito novo de livraria «amiga do leitor» no mercado português.


MAU – Ao fim de dois anos de Governo, quase todos os indicadores que José Sócrates – aquando na oposição – dizia serem provas de má governação estão com indíces ainda piores – do desemprego aos resultados na educação, são infelizmente poucas as áreas em que Portugal não caíu para os últimos lugares europeus nos estudos do Eurostat. Começa a perceber-se que a governação de Sócrates ainda é pior que a dos seus antecessores – aumentou impostos, retraíu a economia, fez perder a competitividade, aumentou o desemprego, diminuíu os direitos dos cidadãos, aumentou a arbitrariedade do Estado. Sócrates preocupa-se mais com o show-off dos tratados de Lisboa do que com o bem-estar e o progresso do país que devia governar.


PÉSSIMO – O comportamento do Ministro da Administração Interna face ao aumento da insegurança nas grandes cidades, às relações entre polícias e o crime organizado, tudo temperado com um displicente e arrogante desprezo pela segurança dos cidadãos.


O MUNDO AO CONTRÁRIO – A Associação Sindical dos Funcionários da ASAE emitiu esta semana um comunicado onde se afirma que aquele organismo não cumpre «regras internas de higiene, saúde e segurança» e levanta suspeitas sobre a forma como apresenta os recibos aos seus funcionários.


PESADELO – O Director Geral dos Impostos, face à chuva de críticas sobre as atitudes arbitrárias e prepotentes do sistema fiscal, disparou contra jornalistas e colunistas esquecendo-se de um facto simples, que nem referiu, certamente por falta de memória: os abusos foram constatados num relatório do Provedor de Justiça. Aguarda-se que quem de direito assuma as responsabilidades políticas das acusações que lá estão formuladas.



PETISCAR – O «Galo d’Ouro» é um restaurante snack-bar (é assim que está escrito à porta), à boa velha maneira antiga. Situado nas Avenidas Novas propõe basicamente comida portuguesa de inspiração caseira, confecção simples mas certeira, boa qualidade dos produtos, mesas espaçosas, preço comedido e um serviço atencioso e rápido. O conjunto destas coisas é, como se sabe, uma raridade no panorama nacional da restauração – sobretudo nos lounge cafés, que são o sucedâneo modernaço dos snack-bares dos anos 60. Se esquecermos o incómodo que é este restaurante estar situado perto da ASAE, vale a pena considerá-lo quando se resolve almoçar por estas paragens. Av. Marquês de Tomar 83-85, Tel. 217974580.


VER – Assim que puder vou espreitar as novas esculturas de Rui Chafes na Galeria Graça Brandão, em Lisboa, Rua dos Caetanos 26, no Bairro Alto. Até dia 5 de Janeiro, terça a sábado entre as 11h00 e as 20h00. A exposição tem o nome «Eu sou os outros». Chafes, que gosta de se considerar um ferreiro, trabalha o metal de uma forma inesperadamente poética e é isso que mais impressiona na sua obra – o contraste entre o material e a forma e conteúdo que ganha nas mãos do artista.


LER – Na edição deste mês da revista «Atlântico» António Carrapatoso escreve um interessante artigo sobre a situação política portuguesa onde defende a ideia de que, mais importante que saber o que distingue a esquerda da direita, é constatar as diferenças entre as propostas que quem é e de quem não é liberal. No artigo Carrapatoso propõe uma matriz de análise da política, a que chama «Politrix». Liberdade e responsabilização dos cidadãos, uma proposta de modelo social baseado na igualdade de oportunidades, um modelo de segurança social e outro de organização social são alguns dos pontos abordados neste artigo que bem merece ser lido e discutido. Uma das conclusões da aplicação da matriz é que o PS, apesar de todo o seu discurso, está efectivamente «mais no interior da designada esquerda tradicional do que na área liberal».


OUVIR – Para assinalar o centenário do nascimento do maestro Herbert Von Karajan a Deustche Grammophon fez uma esplêndida edição especial que agrupa um CD (que além de registos conhecidos inclui alguns inéditos de interpretações de Bach) e um DVD com registos de actuações dirigidas por Karajan, incluindo a Quinta Sinfonia de Beethoven. A edição inclui muito bom material fotográfico de várias fases da vida e carreira do maestro e um catálogo de todas as suas gravações.


PERGUNTANDO – Hugo Chávez anunciou que irá repetindo referendos até alcançar o resultado pretendido. Acham que a moda vai pegar noutras paragens com uma teorização sobre o aprofundamento da democracia através das consultas aos cidadãos?


BACK TO BASICS – Fazer jornalismo é reportar o sucedido – espantoso que se tenha de recordar isto, mas esta semana o tema ganhou moda depois de vários jornais terem dado por certa a vitória de Chávez, apenas com base em sondagens e não nos resultados reais da votação.

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publicado às 13:36

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por falcao, em 28.09.07
O CRITÉRIO EDITORIAL
A questão básica colocada pela atitude de Santana Lopes na SIC Notícias, na noite de quarta-feira, tem a ver exactamente com os termos em que se define a linha editorial de uma meio de comunicação que se apresenta como fazendo informação de referência.
Que Santana Lopes esteve bem é uma evidência - mas era bom que o assunto não ficasse esquecido e se debatesse o essencial da questão, que é o valor dos directos, a forma como são utilizados e o efeito que têm na informação.
Nos últimos anos a utilização de directos vulgarizou-se e isso não é bom. Pode dar muita imagem em movimento, mas é perigoso - um directo é uma possibilidade de manipular a informação e a opinião pública e não de fazer informação credível.
Vamos por partes - o jornalismo é basicamente intermediação. A evidência interessa pouco - é mais importante um relato que separe o trigo do joio, uma análise cuidada das forças em presença, a possibilidade de ouvir várias pesoas, qualificadas, sobre o mesmo tema. Os actuais directos não têm intgermediação - ou se têm é apenas electrónica, entre a câmara que capta e o receptor que recebe a imagem. E isto , por muito que custe a quem se mete nestas aventuras, não é jornalismo.
A mania dos directos é aliás responsável por essa anormalidade da vida mediática portuguesa que são as conferências de imprensa às oito da noite, para passarem em directo no Telejornal, ainda por cima estranhas conferências de imprensa - muitas delas anunciadas como sem direito a perguntas. Ou seja, trata-se de utilização de tempo de antena - sem querer exagerar é o mesmo comportamento de Hugo Chávez - quer falar sem ser interrompido, quando lhe dá mais jeito.
A opção de Santana Lopes, ao suspender a entrevista que estava a dar sobre a crise no PSD e o sistema partidário vem chamar a atenção para isto - o abuso dos directos irrelevantes, a prevalência do imediatismo sobre a reportagem, a apetência de muita comunicação pelo espectáculo, mesmo que seja vazio.
Um directo, infelizmente, não é uma reportagem na maior parte das vezes. De facto, é-o raramente. E o bom senso manda que a menos que haja uma catástrofe relevante, não se interrompa uma conversa sobre um tema sério. Não é só uma falta de respeito para com o entrevistado. É sobretudo uma enorme falta de respeito perante todos quantos estavam a seguir a emissão e queriam ouvir a entrevista. Nenhuma linha editorial deve violar a expectativa dos destinatários da mensagem, nem forçar uns temas por cima dos outros.
Mas isto é uma herança da prática «vamos até ao fim da rua, vamos até ao fim do mundo», que anda bem distante do jornalismo.

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publicado às 10:34


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