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COMBUSTÍVEIS I – As mudanças de posição de membros do Governo sobre a questão dos combustíveis sucederam-se ao longo da semana, à medida que os protestos dos consumidores, aqui e no resto da Europa, crescem de forma assinalável. Da inicial impossibilidade de alterações até ao pedido formal a Bruxelas para que implemente alterações, viu-se de tudo um pouco. Só falta começar pelo básico, que é acabar com a dupla tributação nos combustívies em Portugal: sabem que o IVA é aplicado não ao preço do combustível, mas à soma do preço de venda do combustível, com o Imposto sobre Produtos Petrolíferos, o que quer dizer que cerca de metade do IVA decorre da sua aplicação a uma outra receita fiscal? Quando se trata de roubar e abusar o Ministério das Finanças nunca hesita. O que é engraçado é ver quem são os defensores destas cobranças abusivas e da imutabilidade do ISPP… (já depois de publicado: a Galpa baixou um cêntimo por litro, no dia a seguir à Repsol ter aumentado para ficar próxima dos preços da GALP - ele há coincidências, não é?)
COMBUSTÍVEIS II – O Governo anda muito atarefado a explicar que o preço dos combustíveis em Portugal não está muito afastado da média europeia. Eu acho que a conta que interessa fazer é o afastamento existente em relação aos nossos vizinhos espanhóis. É o preço deles que nos importa em primeiro lugar - ou estarei a ver as coisas ao contrário? E por falar em médias europeias, quando é que o Governo começa a falar dos casos em que nos afastamos de forma gritante dessas médias, e que são, cada vez mais, a maioria?
PSD – A questão dos combustíveis e da crise que eles desencadeiam tem sido um precioso instrumento de análise dos candidatos do PSD. De um lado os que privilegiam a imutabilidade do sistema, do outro quem pensa que novas situações exigem novas soluções, como é o caso de Pedro Passos Coelho. Já que estou neste tema, e para fugir aos combustíveis, foi com algum prazer que vi que Passos Coelho é o único dos candidatos que dedicou um capítulo da sua proposta estratégica a questões culturais, colocando ainda por cima em destaque a necessidade de melhorar a Lei do Mecenato. Mais uma razão para achar que ele é o melhor candidato.
ATRASO – Está a dar que falar a situação de atraso no pagamento dos projectos de investigação já aprovados, nomeadamente na área da investigação biológica aplicada à agronomia. Mas não é caso único – Mariano Gago começa a dar nas vistas pela incapacidade de o seu Ministério cumprir os compromissos assumidos. Há investigadores, de várias áreas, que já desesperam…
NÃO VOU – Desde o início tenho um posição sobre o Rock In Rio – eu não vou. Acho que a Câmara de Lisboa deu mais apoios a estrangeiros para fazer um festival que a portugueses, e repugna-me a forma como utilizam a máscara da solidariedade para uma operação exclusivamente comercial. Este ano até mascararam um palco com painéis solares desligados para fazer de conta que se preocupam com o ambiente. Os obreiros desta operação de contornos e benefícios mais que duvidosos querem agora convencer o Presidente da Câmara de Lisboa a deixá-los construir, em permanência, uma cidade do rock. E pretendem muitos apoios, claro. (Já depois de publicado: O Rock In Rio não é um festival de música, é um pot pourri em que a música é apenas um pretexto, como se viu na noite de estreia com a previsivelmente confrangedora actuação de Amy Winehouse)
LER – A capa da edição de Junho da revista «Vanity Fair» é dedicada a Robert Kennedy, assassinado em campanha eleitoral há 40 anos. Destaque para um conjunto inédito de fotografias da campanha, acompanhado de um relato do dia a dia dessa batalha política que levou à morte do candidato. Neste tempo de escolhas políticas é engraçado ver o que nessa altura era considerado renovação. Muitas lições a aprender. Ainda nesta edição um belo artigo sobre Karl Lagerfeld e fotos de Annie Leibowitz e de Bruce Weber.
OUVIR – Gustavo Dudamel é um jovem maestro venezuelano apontado como um dos mais brilhantes da sua geração (nasceu em 1981, tem 27 anos), que se tornou notado pelas suas interpretações, gravadas, das 5ª e 7ª Sinfonia de Beethoven e da 5ª de Mahler. Agora, acompanhado pela Simon Bolívar Youth Orchestra of Venezuela, dedicou-se ao repertório popular da América Latina e o resultado é um disco cheio de ritmo, vida, arranjos orquestrais fantásticos e um ar de festa permanente. – não há-de ser por acaso que este disco se chama «Fiesta». Aqui estão temas de quatro compositores venezuelanos, dois mexicanos , um argentino e o clássico «Mambo» de Leonard Bernstein numa interpretação arrebatadora. O disco é uma surpresa, ouve-se vezes de seguida e merece ser descoberto. «Fiesta» de Gustavo Dudamel, CD Deutsche Grammophon.
VER – Por estes dias é obrigatório ir seguindo o site da NASA (www.nasa.gov) para ver a evolução das imagens recolhidas pela sonda Phoenix e, também, para a ver em acção, filmada de cima, por um outro satélite que orbita sobre Marte. É uma emoção ver o solo de Marte, ver imagens de outros mundos.
PETISCO – Tenho uma velha curiosidade por conservas pouco vulgares e ao longo dos anos já provei muitas codornizes de conserva. Mas confesso que nenhumas foram tão boas como as «Codornices escabechadas da Abuela Juliana», de impecável ponto e tempero. Cada lata tem duas de bom tamanho, o suficiente para fazer um delicioso petisco ao jantar, acompanhado por uma boa salada. Esta marca de conservas, espanhola, «Abuela Juliana», existe nas lojas Jumbo.
BACK TO BASICS – «Na economia pós industrial o principal contributo são as ideias, o trabalho mental. O impulso humano para criar é a chave para a inovação económica» - Richard Florida.
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