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(IN)JUSTIÇAS - O número de licenciados em Direito que ocupa lugares no sistema político português é bastante grande e, mesmo não existindo um estudo actualizado sobre o tema, arrisco-me a dizer que juristas e advogados são o grupo sócio-profissional mais representado na Assembleia da República e nos mais altos cargos do Estado, como Primeiro-Ministro e Presidente da República. Por isso mesmo não deixa de ser paradoxal que a justiça seja um tema tão mal tratado em Portugal pelo próprio Estado. Marcelo Rebelo de Sousa, ainda bem recentemente, chamou a atenção para os problemas que existem, mas que ultrapassam a questão da morosidade dos tribunais. O maior problema, penso, tem a ver como o Estado se posiciona face aos cidadãos quando está em disputa com eles nas várias instâncias judiciais. Não é só a questão das altas custas de justiça, para o qual o novo bastonário da Ordem dos Advogados alertou, é sobretudo a atitude com que o Estado actua - partindo sempre do princípio de que o cidadão é culpado. Muito se tem escrito sobre o uso sistemático e talvez abusivo dos recursos, apresentados por organismos do Estado para prolongar processos, encontrando todos os pretextos para suspender prazos e recorrendo de decisões só por recorrer, com o único intuito de adiar decisões finais. A este nível o comportamento da autoridade tributária, que é um dos expoentes destes expedientes, e que tem sido amplamente criticado, é dos piores exemplos da falta de honestidade do Estado e da forma como o princípio da presunção da inocência não é respeitado. O Estado, que devia ser uma referência e um exemplo, é em matéria de justiça um dos seus piores protagonistas. E mudar esta situação seria uma das maiores reformas que o Estado podia concretizar.
SEMANADA - Este ano há 4920 candidatos a bolsas de estudo no ensino superior, sendo que serão atribuídas apenas 1320; existem atrasos na análise destes pedidos devido a erros na plataforma informática da Direcção Geral do Ensino Superior; a dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde cresce ao ritmo de 27 milhões de euros por mês; a dívida total atinge 1750 milhões e regressou aos picos de há três anos; o investimento público registado em 2016 é o mais baixo das últimas três décadas; a Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública diz que o Estado português precisa de 12,4 mil milhões de euros de financiamento líquido em 2017; esta semana Portugal colocou no mercado uma dívida de três mil milhões de euros a uma taxa de 4,227%, que compara com a taxa de 2.875% conseguida em operação idêntica há um ano; o Bloco de Esquerda anunciou ter anulado a adesão de um grupo infiltrado de seis elementos que pretenderia controlar e desvirtuar a organização;o Bareme Internet da Marktest estima em 1,9 milhões o número de portugueses que usam a Internet para marcar viagens ou alojamento; as compras dos portugueses aumentaram 10% desde o início de Dezembro até agora; nos saldos cada português gastou em média 120 euros numa semana; as exportações de empresas de Paredes de Coura aumentaram sete vezes o seu valor no espaço de 3 anos; a maioria dos municípios portugueses aumentou as exportações entre 2013 e 2015; a nível nacional, o volume de bens vendidos ao exterior cresceu 5,3%; segundo uma portaria publicada esta semana em Diário da República, a PSP e a GNR vão passar a cobrar, a partir desta quinta-feira, 75 euros por dia pela cedência de um cão e 100 euros pela de um cavalo, quando solicitados por entidade privada ou pública fora do âmbito de missões policiais.
ARCO DA VELHA - Um padre de 84 anos entrou em contramão na circular urbana de Braga, provocou acidente, fugiu, diz que não se lembra de nada e afirma ter saído do local para ir dar missa.
FOLHEAR - Nascido no Missouri, Thomas Stearns Eliot foi para Inglaterra com 25 anos, aos 39 abandonou a cidadania norte-americana e tornou-se cidadão do Reino Unido. Em 1948 ganhou o Prémio Nobel da literatura pela sua contribuição para a poesia. Em 1915, um ano depois de chegar a Inglaterra publicou “The Love Song Of J. Alfred Prufrock”, que o tornou conhecido e estabeleceu a sua reputação como autor de uma obra prima do movimento modernista. Outras obras importantes seguiram-se - como “Wasteland” (1922), “Ash Wednesday” (1930) e “Four Quartets”(1943). São precisamente estas quatro obras que a editora Relógio d´Água reuniu no final de 2016 em “Poemas Escolhidos”, uma belíssima edição, bilingue, que permite seguir em simultâneo o original inglês e boas traduções de João Almeida Flor, Gualter Cunha e Rui Knopfli. Protegido por Ezra Pound no início da sua carreira, Eliot fez parte do Bloomsbury Group. Foi ensaísta, editor de publicações como a Egoist e a Criterion. T.S. Eliot foi ainda professor, funcionário bancário, responsável editoral da Faber e, acima de tudo, um dos poetas maiores da primeira metade do século passado.
VER - A primeira grande exposição do ano abriu ontem na Galeria Filomena Soares (Rua da Manutenção 80, a Xabregas). Trata-se de um conjunto de novos trabalhos de Rui Chafes ( na imagem), que mostra até 18 de Março um núcleo de 25 esculturas, 14 das quais realizadas em ferro, de grandes dimensões, e intituladas “Incêndio”, e as restantes 11 pequenas peças, concebidas em bronze sob o título “É assim que começa...”. Numa recente entrevista Rui Chafes descreveu este seu trabalho como a representação “da existência de uma catedral ardida, incendiada, uma catedral com uma floresta dentro” e, já que na obra de Rui Chafes o fogo é uma ferramenta constante, explicita tratar-se de “uma catedral queimada, que já não existe”. Na mesma entrevista, ao DN, ele pormenoriza: “Os únicos textos que eu publico são os que eu não queimei. E as esculturas que aparecem são uma acumulação de material que resistiu à solda, à queimadura, ao fogo”. Mudando de rumo, outra exposição a não perder, no Porto, é “Devir”, de Carlos Correia, na Galeria Pedro Oliveira (Calçada de Monchique 3), até 25 de Fevereiro, um exercício sobre a capacidade de transformação dos espaços e a sua relação com a pintura e com o trabalho do artista. Finalmente, também no Porto, num género completamente diferente, na Galeria Cruzes Canhoto (Rua Miguel Bombarda 452) está ainda até final do corrente mês a exposição “Lagarto, Lagarto, Lagarto!”, dedicada a peças de cerâmica de Rosa Ramalho, sua filha Júlia e neto António , “três artistas essenciais não só na história do figurado de barro na região de Barcelos, mas também no âmbito de toda a arte popular portuguesa” - como refere o site da Galeria http://cruzescanhoto.com/exposicoes/5-lagarto/ . onde também podem ser vistas estas obras.
OUVIR - Quando em Maio de 1975, em Paris, Brian Eno e Robert Fripp, se juntaram para tocar num concerto a audiência, que estava à espera do ressurgir dos King Crimson ou de ouvir sonoridades dos Roxy Music, iniciou um tumulto, com assobios, pateada e saídas de sala, em consequência daquilo que, na altura, foi encarado como uma provocação e que era o nascer do seu trabalho em torno do que viria a ser conhecido como a sua simulação de música ambiente - que em 1978 deu origem a “Music For Airports”. Quatro décadas depois, e após várias experiências, Brian Eno prossegue no caminho que escolheu com o novo “Reflection”, lançado no primeiro dia deste novo ano, em versão on line, com a possibilidade de conteúdos suplementares (na Apple Tv e iOS), no Spotify e também com edição em CD. “Reflection” não é bem a sequência lógica de “The Ship”, o seu trabalho de 2016 - é mais certo considerá-lo um retomar do que estava a fazer em “Lux”, de 2012. Na realidade “Reflection” consta de uma única peça de 54 minutos, uma espécie de manifesto sobre a forma como ele entende actualmente a criatividade e a música que faz. Na altura do lançamento deste “Reflection” , Brian Eno escreveu: “Esta música vai parecer diferente de cada vez que é ouvida - como ficar sentado na margem de um rio: é sempre o mesmo rio mas o seu caudal está constantemente a mudar”. Na verdade em cada audição descobrem-se - melhor dizendo ouvem-se - novas sonoridades que pareciam escondidas. Arrisco dizer que é como um quadro, uma pintura cujo detalhe vai ficando mais perceptível com o tempo.
PROVAR - O pão é o mais básico dos alimentos, sob várias formas é uma presença universal. Ao longo dos séculos o seu fabrico foi-se modificando e hoje em dia uma enorme quantidade do pão posto à venda obedece a métodos industriais, que muitas vezes lhe retiram o sabor - e até as melhores qualidades - que era possível obter nas padarias artesanais. Foi exactamente por isso que há uns anos nasceu em Albarraque a Miolo, que se apresenta como uma padaria biológica artesanal e que se gaba de ter um processo de fabrico de cerca de 20 horas deste que se inicia a mistura da farinha, da água e do sal, até que se recolhem do forno tradicional os pães já cozidos. A Miolo produz vários tipos de pães, como o de espelta e centeio integrais, nozes e tâmaras, azeitonas, batata doce e milho, alfarroba, aveia integral e um low carb, com trigo sarraceno, entre outros. Não é só o sabor (a minha preferência vai para o de espelta integral), é também a textura e o cheiro. Com o formato de pequenos pães de forma, os produtos da Miolo conservam-se bem, mantendo a sua frescura e qualidade ao longo de vários dias. Os pães da Miolo estão disponíveis em lojas de produtos biológicos, nomeadamente nas Celeiro, Brio e nas novas Go Natural.
DIXIT - “Os Estados não se avaliam pelo dinheiro que têm, mas sim pela sua história e pela sua gente. Nesse sentido, Portugal não pode ser considerado um país pobre, bem pelo contrário.” - Mário Soares
GOSTO - Portugal é o país em destaque na Edição deste ano do Eurosonic, na Holanda, e conta com a presença de 21 artistas de diversos géneros musicais.
NÃO GOSTO - O serviço gratuito Ciberdúvidas, destinado a esclarecer perguntas sobre o bom uso da língua portuguesa, está em risco de fechar devido a dificuldades financeiras.
BACK TO BASICS - “A cura para o aborrecimento é a curiosidade; para a curiosidade é que não há cura” - Dorothy Parker
CARRINHOS - Políticos, de várias origens partidárias, têm o hábito de fazer sempre promessas aos taxistas e suas associações - alguns políticos têm receio que os taxistas façam campanha contra eles nas conversas com os seus passageiros. Acontece que muitos passageiros não querem conversa e se aborrecem com os taxistas por todas as razões que se conhecem; acontece ainda que desde que existe alternativa as pessoas têm também naturalmente menos paciência para muitas atitudes. Alguns políticos gostam de pensar que os taxistas lhes podem dar uma boa boleia, mas poderiam também pensar que, ao fazerem a vontade aos taxistas, estão a desagradar a cada vez mais gente. Na semana passada Medina & Moreira fizeram tristes figuras nas manifestações promovidas pelos taxistas, as quais aliás tiveram mobilização inferior à esperada. O que é mais engraçado é constatar, como se vem tornando perceptível, que existem empresários que são proprietários de firmas de táxis e que são também proprietários de firmas que operam com a Uber - esta é uma novidade curiosa e muito real. Parece que alguns empresários do ramo do transporte já perceberam que o melhor é estarem, literalmente, nos dois carrinhos e verem como funciona a velha lei da oferta e da procura. Alguns políticos, infelizmente, ainda estão noutro mundo. E prestes a cair do carrinho em que têm andado.
SEMANADA - A Comissão Europeia não acredita no défice estrutural prometido por dois terços dos países; uma sondagem da Marktest revelou que apenas um em cada sete portugueses sabe quantos países tem a União Europeia; a Comissão Europeia calcula que o saldo orçamental de Portugal vai ficar 900 milhões de euros abaixo do previsto pelo Governo; Portugal perdeu 15 mil milhões de euros em investimento em seis anos de crise e só vai recuperar um quinto até 2017; a greve dos estivadores está a provocar prejuízos de 300 mil euros por dia: a CGTP anunciou uma série de greves e manifestações de 16 a 20 de Maio; o concurso extraordinário para a colocação de professores teve 47 mil candidaturas para 100 vagas; um estudo da Marktest indica que cerca de 4,4 milhões de portugueses consomem em casa café em cápsulas ou pastilhas; as obras entre o Marquês do Pombal e Entrecampos já começaram, estão previstas durar nove meses se não existirem atrasos - atrasos que já são grandes em outras obras que decorrem em vários pontos da cidade, como em Campolide, onde o prazo já mais que duplicou; Silva Pereira, braço direito de Sócrates no Governo e no PS, é o redactor da moção que António Costa apresentará na sua recandidatura a secretário Geral do PS; Sónia Sanfona, uma segurista, desistiu de liderar as mulheres do PS, queixando-se de ser alvo de pressões internas; em quatro meses já há 273 novos dirigentes no Estado nomeados sem concurso; o consumo da pílula do dia seguinte aumentou 30% em três anos.
ARCO DA VELHA - Uma carteirista do Porto, com 85 anos, foi detida em flagrante a furtar outra idosa; há um ano já tinha sido detida quando roubava uma carteira a uma senhora de 92 anos. Apesar da idade, dizem os relatos, continua com jeito de mãos.
FOLHEAR - No ano em que foi publicado “O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, provocou polémica e criou embaraços ao seu autor - que chegou a ser interrogado em tribunal sobre a obra. Inicialmente foi publicado como uma folhetim na revista Lippincott’s Monthly Magazine, a partir de Julho de 1980. Nessa primeira publicação, sem que Wilde soubesse, foram cortadas várias partes do original. Apesar dos cortes “O Retrato de Dorian Gray” ofendeu a sensibilidade dos guardiões do templo e dos bons costumes. Wilde defendeu-se publicamente e alimentou polémicas na imprensa com os seus detractores. Em 1891 garantiu uma edição integral, que incluía um prefácio que se tornou famoso como texto de crítica social e cultural - e desse prefácio são as frases “O artista é um criador de coisas belas” e “Revelar a arte e ocultar o artista é o objectivo de toda a arte”, que funciona como subtítulo à edição que a “Guerra & Paz” agora lançou, na sua colecção de clássicos. “O Retrato de Dorian Gray” é o romance que retrata a relação de um pintor, Basil Hallward, com o seu retratado, Dorian Gray, um jovem que o artista considera perturbantemente belo. O pintor apresenta-o a Lord Henry Wotton, um hedonista que transporta o jovem Dorian ao seu mundo - o que lhe permite viver experiências e relacionamentos que nunca tinha pensado conhecer. Dorian Gray, preocupado com a possibilidade de perder a sua beleza com o passar do tempo, faz um pacto radical - será o quadro pintado por Hallward a envelhecer, em vez do seu corpo. O resto - o romance filosófico da sua vida e experiências - é o que poderá ler nesta excelente tradução de Rui Santana Brito. Esta edição da “Guerra & Paz” inclui ainda a transcrição do interrogatório a que Oscar Wilde foi sujeito em tribunal e que é só por si um manifesto.
VER - Recentemente a EGEAC, uma empresa da CML que tem vindo a engordar atribuições, funções e pessoal, concentrou em si mais alguns equipamentos. Alexandre Pomar, crítico de artes plásticas e (bom) opinador regular na área das políticas culturais, tem-se debruçado, no seu Facebook, sobre os problemas que esta concentração de poderes na EGEAC representa e, sobretudo nas galerias de arte na órbita da EGEAC, as quais estão sob direcção de João Mourão, que tem também interesses numa galeria privada, a Kunsthalle Lissabon, a que continua ligado. Aqui ficam as palavras de Alexandre Pomar, constatando “o crescimento de uma rede de galerias de arte da CML/EGEAC que concorrem de forma desigual (desleal) com as galerias comerciais e associativas, conjugando-se com algumas delas e ignorando outras, condicionando desse modo o mercado da arte (nos seus sectores museológico, instituciomal-fundacional e particular - todos eles actuam no mesmo mercado global). As galerias municipais (se devem existir) não devem focar a sua acção na chamada arte contemporânea, mas sim diversificar as suas áreas de actuação, mostrando artistas desconhecidos e consagrados, actuais e antigos, profissionais e amadores, insider e outsider, etc, e em especial cobrindo outras áreas não frequentadas pelo comércio galerístico - devem ter diferentes responsáveis e não um controleiro único (...) O crescimento da rede de galerias institucionais (museus, fundações e CML, com o seu mercado institucional) é um factor de fragilização do mercado galerístico, excepto nos casos pontuais em que se criam vínculos directos entre instituições e algumas galerias, que assim se tornam mais poderosas. Só num pequeno país periférico (e pindérico) onde a corrupção e o medo grassam associados, é possível esta lógica de centralização de poderes, escolhas e influências, num sistema em que a arte parece estimulada pelas entidades públicas mas que de facto se torna um sistema corporativo, centralista e arbitrário - e no final inútil, desacompanhado pelos públicos, descartável.” A sugestão da semana, para terminar, é a participação de Rui Chafes no ciclo “Não te faltará a distância” , comissariado por Paulo Pires do Vale, na Igreja de São Cristovão, com um conjunto de peças denominado “Ascenção”, de onde é retirada a imagem aqui reproduzida. Até 1 de Junho.
OUVIR - Em quase três décadas Andrew Bird fez apenas três álbuns de originais - o mais recente foi publicado há semanas e chama-se “Are You Serious”. Mas neste tempo participou em quase duas dezenas de discos e estabeleceu uma sólida reputação de compositor e intérprete de temas alheios. Bird é um multi-instrumentista que gosta de alternar entre a guitarra e o violino e entre a voz e o assobio - e o seu assobio, acreditem, é coisa digna de se ouvir. Em “Are You Serious” há participações vocais de Fiona Apple e de Moses Sumney - este último tem em comum com Bird o apreço que Sufjan Stevens nutre por ambos. Em todo o disco há muito mérito também na guitarra de Blake Mills. Bird é um dos melhores exemplos da nova pop norte-americana, neste caso que nasce na intersecção entre a country e o rock. Andrew Bird nasceu em Chicago, tem colaborado em bandas sonoras como em “Orange Is The New Black” - com o tema “Pulaski”, de que existe uma versão neste novo álbum. Bom disco, grandes canções, produção sóbria. (CD Universal).
PROVAR - Considero o pastel de massa tenra uma das melhores iguarias da cozinha tradicional portuguesa e, embora pareça coisa simples, é necessário que a massa seja perfeita, que o recheio seja cuidado e que a fritura seja primorosa: conjugar tudo isto não é nada fácil. Ao longo dos tempos vários pastéis de massa tenra ficaram famosos em Lisboa - em primeiro lugar os incontornáveis do Frutalmeidas; depois, mais tarde, os do Papa Açorda antigo (e dizem-me que sobrevivem bem no novo espaço do restaurante). Pelo meio, no Centro Comercial Roma, avenida do mesmo nome, apareceu um local que os comercializa mas nunca entrou verdadeiramente na primeira liga da massa tenra. E, os últimos são os primeiros, nunca me tinha dado para fazer esta escolha no Salsa & Coentros mas uma recente visita deixou-me conquistado. Trata-se do melhor pastel de massa tenra que provei nos últimos anos - tudo no ponto certo, massa estaladiça, fritura impecável, recheio saboroso e generoso. O acompanhamento aqui é um arroz de grelos, mas pode pedir legumes se pretender, ou mesmo salada. Nesta recente incursão nesse grande clássico da cozinha portuguesa que continua a ser o Salsa & Coentros os pastéis foram acompanhados por um tinto, Confidencial Santos Lima Reserva, que deu muito boa conta do recado. A casa, recordo, é famosa pelas suas empadas, desde as pequenas de galinha que são servidas de entrada, até às de perdiz ou de cozido de porco preto. Salsa & Coentros - Rua Coronel Marques Leitão 12, Alvalade. Telef 218 410 990.
DIXIT - “A austeridade fez de Portugal um país com pouca gente e infeliz” - Manuela Ferreira Leite
GOSTO - Do manifesto “Reconfiguração da Banca em Portugal” que apela a que se tenha em conta a dimensão estratégica e não somente os aspectos financeiros de curto prazo.
NÃO GOSTO - Do condicionamento de informação desejado por deputados do PS por causa de uma peça de um Telejornal da RTP onde José Rodrigues dos Santos falou sobre a evolução da dívida pública.
BACK TO BASICS - “Os maiores avanços da civilização, seja na arquitectura ou nas artes plásticas, na ciência ou na literatura, na indústria ou na agricultura, nunca vieram de um governo centralizado” - Milton Friedman.
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